O retorno do Grêmio após a parada de 10 dias para as Eliminatórias da Copa do Mundo foi de frustração e fortes vaias na Arena. De virada, depois de abrir o placar com Besozzi no primeiro tempo, o Tricolor perdeu por 2 a 1 para o Athletico-PR e viu mais um adversário crescer no retrovisor na disputa pelo G-4 do Brasileirão.
Com 44 pontos, o Tricolor ainda está no G-4. No pior cenário, com os resultados pendentes da 27ª rodada, porém, o Grêmio poderá terminar a quinta (19) fora da zona de classificação à Libertadores de 2024.
Com apenas um ponto nas últimas três rodadas, somando a derrota no Gre-Nal e a virada do Athletico-PR com o ponto conquistado contra o time reserva do Fortaleza no Castelão, o Tricolor vê em risco a vaga na principal competição do continente na próxima temporada.
— Temos de seguir trabalhando. O Botafogo oscilou também, mas como eles fizeram é normal. O Grêmio não tem gordura. Temos que matar um leão por jogo. Eles tinham gordura para perder. Agora que oscilamos, têm muitos clubes perto e querendo a nossa vaga. Tem muita coisa por acontecer. Vamos ver os resultados dos outros jogos — disse Renato Portaluppi depois da derrota.
O clima na entrevista coletiva ficou tenso quando o assunto Gre-Nal 440 foi lembrado. O técnico disse que pedia desculpas para a torcida, mas que a imprensa o condenou sem buscar saber o que tinha acontecido com ele.
— A única desculpa que preciso pedir é para a torcida. Antes de me massacrarem, de me condenarem, ninguém quis saber da minha versão. O negócio de vocês é fazer onda. No mais, qualquer problema que tivermos será resolvido internamente. Não tenho que responder essa pergunta para vocês. Converso com a direção. Esse assunto está morto. Querem voltar no assunto de uma semana atrás. Guerra é meu irmão. Nunca teve problemas entre nós. Os problemas nós resolvemos internamente — disse o técnico.
Renato justificou o fraco rendimento do Grêmio em razão das dificuldades de reposição no grupo de jogadores. Após analisar os problemas do time, deixou futuro em aberto no clube:
— Se achavam que iríamos brigar para não cair, o ano será bom mesmo sem Libertadores. Quando você começa a baixar a folha, contrata jogadores mais baratos, não dá para exigir tanto. Fica fácil quando se tem um elenco com 20 titulares. Precisa se adaptar à necessidade do clube. Sabíamos que esse ano seria sofrido. Peço desculpas ao torcedor, mas é essa a realidade. Não tem para onde correr. Fizemos milagres esse ano. Ano que vem, quem estiver no comando, é outra história — comentou.
Um dos jogadores mais irritados na saída de campo, Kannemann condenou o desperdício do Grêmio no segundo tempo contra o Athletico-PR. O argentino lamentou as chances perdidas (vitória poderia render ao time a vice-liderança).
— Tivemos muitas chances de ganhar. Estamos todos de cabeça quente, mas não vamos parar — lamentou Kannemann.
O Grêmio deve contar com ao menos um reforço para a próxima partida. A expectativa é de que Villasanti esteja apto a jogar no sábado, contra o São Paulo, no Morumbi. João Pedro Galvão e Carballo ainda serão reavaliados, mas a presença da dupla na delegação é incerta. Expulso contra o Athletico-PR, Reinaldo é desfalque.