A derrota no Gre-Nal 440 ligou o alerta no Grêmio. Mesmo que o time siga no G-4, a distância para o Botafogo subiu para 11 pontos. Um reflexo da sequência negativa de sete rodadas sem vencer longe da Arena. Até a próxima quarta-feira (11), com jogadores de folga, o clube ainda lamberá as feridas com o resultado negativo no Beira-Rio. Mas a partir de quinta-feira (12), o técnico Renato Portaluppi terá seis dias de trabalho até a partida contra o Athletico-PR, em 18 de outubro.
Esse período de preparação será importante para corrigir problemas de olho nas últimas 12 rodadas. Uma sequência que definirá os voos do clube em 2024: se terá vaga na fase de grupos da Libertadores, disputará as etapas preliminares ou se precisará se contentar com a Copa Sul-Americana. GZH elenca os principais pontos de atenção.
Parceria para Suárez
A expectativa do início deste ano era de que a parceria entre Ferreira e Suárez seria o ponto forte do ataque do Grêmio. Os meses passaram, e o camisa 10 demonstrou que não é capaz de assumir o posto de escudeiro do uruguaio. Outros jogadores também se candidataram para esse papel, mas caíram de desempenho nas últimas partidas. Cristaldo, por exemplos, teve bons momentos, mas atravessa má fase. Quem melhor cumpriu a tarefa foi Bitello. Só que o jogador agora está no futebol russo.
A missão de Renato é encontrar alguém que alivie a carga nas costas de Suárez. Dos 42 gols do time no Brasileirão, o centroavante marcou nove e deu seis assistências. Uma participação em 36% dos gols da equipe na competição.
– Isso é uma situação que o Grêmio irá conviver até o fim da temporada. Quando o Suárez foi contratado, era para ele ser o decisivo e quem encontraria soluções para os momentos mais aflitivos. O grande problema é que não existe esse coadjuvante. O Ferreira não consegue ter nível de atuação esperado pelas lesões. Luan chegou agora, o Pepê está aí. A solução do Renato era criar isso coletivamente, mas o time é inconstante. Agora o time não está rendendo – analisou o comentarista Paulo César Vasconcellos, do SporTV.
Falhas defensivas
Melhor ataque do Brasileirão ao lado do Botafogo, o Grêmio encontra dificuldades para evitar que o seu gol seja vazado. Os números apontam um rendimento preocupante para um time que briga para se manter no G-4. É preciso descer quase toda a tabela de classificação para encontrar uma defesa com rendimento pior do que apresentado pelo Tricolor. Com 35 gols sofridos, só dois times fora do Z-4 têm números piores. O Santos, em 14º lugar, levou 42. O Bahia, com 38 gols sofridos, é a outra defesa menos eficiente.
No avaliação interna do Grêmio, essa dificuldade é consequência da filosofia de jogo de Renato.
– Ele arma o time voltado para atacar. Quem ataca em demasia, deixa espaço para contra-ataque, isso que tem acontecido quando jogamos fora de casa. Quem joga fora, prioriza a marcação, mas a ideia do Renato é fortalecer ofensivamente para que a gente não corra riscos. A gente tem que manter a posse de bola para não sofrer tanto com o adversário, defender com a bola – disse o auxiliar Alexandre Mendes após a derrota no Gre-Nal.
O retorno de Geromel ao time, e a possibilidade de sequência na dupla com Kannemann, dá esperanças de que o sistema defensivo fique mais sólido a partir de agora. Os dois fizeram apenas o segundo jogo juntos neste ano no clássico.
Melhorar o desempenho fora
O Gre-Nal marcou mais uma decepção do Grêmio fora da Arena no Brasileirão. Depois de uma semana toda de treinos para os jogadores, enquanto o adversário passou pela decepção da eliminação em um confronto decisivo de semifinal de Libertadores, o desempenho como visitante novamente custou pontos fundamentais para os objetivos do Tricolor. A derrota de domingo no Beira-Rio fica ainda pior se analisada dentro do contexto recente. O empate contra a equipe reserva do Fortaleza no Castelão e a decepção do 4 a 4 com o Corinthians em crise no Itaquerão impediram que a vantagem para o Botafogo fosse menor e que a posição no G-4 estivesse ainda mais segura.
No recorte dos números como visitante, o Grêmio tem um aproveitamento de 31% no Brasileirão. São apenas 12 pontos somados em 13 rodadas. Uma campanha de três vitórias, três empates e sete derrotas.
São apenas 16 gols feitos e 25 sofridos fora da Arena. O time de Renato ainda visitará São Paulo, América-MG, Coritiba, Botafogo, Atlético-MG e Fluminense.