O retorno de jogadores icônicos com a camisa 7 do Grêmio sempre gerou grandes expectativas entre os torcedores. No entanto, nomes como Renato Portaluppi, em 1991, e Paulo Nunes, em 2000, não conseguiram atender plenamente às esperanças depositadas em suas segundas passagens pelo clube.
Agora, com Luan retornando ao Tricolor, os olhos estão voltados para ele. De volta à Arena após passagem pouco expressiva pelo Corinthians, o Rei da América em 2017 espera contar com o carinho dos torcedores do clube que lhe revelou para retomar seus bons momentos.
Será que o meia-atacante conseguirá quebrar a sina de desempenhos aquém do esperado dos camisas 7 no retorno ao clube? GZH relembra as voltas de Renato e Paulo Nunes:
Renato Portaluppi (1991)
Após ser rebaixado para a Série B do Brasileirão em maio de 1991, o Grêmio estava em busca de recuperação tanto no Gauchão quanto na Supercopa, uma competição restrita aos campeões da Libertadores.
Apenas três dias após uma vitória por 2 a 1 sobre o Inter, no Olímpico, o Tricolor surpreendeu a todos ao anunciar o retorno de Renato. O ídolo estava jogando pelo Botafogo, e foi emprestado por um período de três meses, em um acordo que envolveu um investimento significativo.
Portaluppi receberia um montante de US$ 150 mil para disputar 28 partidas, aproximadamente US$ 5,3 mil por jogo. Enquanto isso, o Botafogo seria compensado com US$ 200 mil, uma quantia substancial na época.
Sua estreia aconteceu em um empate em 0 a 0 contra o Guarani-VA e foi encerrada no clássico Gre-Nal decisivo, que terminou novamente empatado em 0 a 0. Renato foi expulso, e o placar deu o título ao Inter, equipe de melhor campanha na competição.
Naquele período, o Grêmio também foi eliminado pelo River Plate na Supercopa. No tempo normal, empates em 2 a 2 em Buenos Aires e 1 a 1 em Porto Alegre — com gol de cabeça de Renato. Nos pênaltis, porém, o Tricolor foi derrotado por 4 a 3, com o camisa 7 mandando para fora uma cobrança.
- 18 jogos (16 no Gauchão e dois na Supercopa)
- 4 gols
- Chegou em setembro de 1991, saiu em dezembro de 1991
Paulo Nunes (2000)
A passagem de Paulo Nunes pelo Grêmio, em 2000, foi marcada por expectativas elevadas, dado seu histórico anterior de sucesso com o clube e também o momento recente — em 1999, ele havia sido protagonista nos títulos da Libertadores e da Copa Mercosul pelo Palmeiras. No entanto, a segunda fase do atacante no Olímpico não atingiu os mesmos níveis de sucesso da primeira, de conquistas de Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil.
Naquele ano, o Grêmio contava com o suporte financeiro da ISL, que viabilizou uma série de reforços importantes para o clube. Além de Paulo Nunes, que chegou por US$ 8 milhões e salários de R$ 200 mil, foram contratados Gabriel Amato, Leonardo Astrada, Nenê, Zinho e Anderson Lima. Contudo, o Diabo Loiro foi reserva na maior parte dos jogos e marcou apenas três gols.
Paulo Nunes justificou o mau desempenho ao fato de não ter recebido férias após encerrar a temporada pelo Palmeiras, no ano anterior. Segundo o ex-atacante, que foi recebido com festa no aeroporto Salgado Filho em 29 de dezembro de 1999, o técnico Émerson Leão, então no comando do Grêmio, exigiu sua presença na pré-temporada do clube, em Gramado, nos dias seguintes.
Ele também afirmou que problemas de pagamento da ISL e o fato de ter sido escalado no meio-campo por Celso Roth, outro técnico gremista naquele ano, o deixaram chateado.
O ano de 2000 do Grêmio foi decepcionante. O time foi vice-campeão gaúcho, derrotado pelo Caxias, eliminado na segunda fase da Copa do Brasil para a Portuguesa e na fase de grupos da Copa Sul-Minas. Na Copa João Havelange, conseguiu chegar às semifinais, mas caiu para o São Caetano.
A chegada de Paulo Nunes foi festiva. A saída, porém, terminou em dívidas. Os valores entre clube e jogador só foram resolvidos na Justiça, e um acordo entre Grêmio e Palmeiras só aconteceu nove anos depois, quando o zagueiro Léo foi repassado ao clube paulista como abatimento.
- 37 jogos
- 3 gols
- Chegou em dezembro de 1999, saiu em dezembro de 2000
O retorno de jogadores emblemáticos com a camisa 7 do Grêmio é uma história marcada por altos e baixos. Enquanto Renato e Paulo Nunes não conseguiram reeditar o sucesso de suas primeiras passagens, Luan tem a oportunidade de quebrar essa sina e se tornar um dos raros casos de sucesso em retornos ao clube.
Diferentemente dos outros ídolos tricolores, Luan chega em baixa. Mesmo assim, os torcedores aguardam ansiosamente para ver se o Reizinho será capaz de deixar sua marca na história do Grêmio mais uma vez.