Contratada no início do ano, Jéssica Soares foi um dos nomes da temporada das Gurias Gremistas. Dona da lateral esquerda, contribuiu para o sistema defensivo, e ainda teve participações diretas no ataque, somando gols e assistências. Depois da conquista do Gauchão Feminino, a atleta está em férias com a família e decidirá onde jogará em 2023.
Em contato com a reportagem de GZH, Jéssica afirmou que tem em mãos a proposta de renovação do Grêmio, além do interesse de outros clubes. O peso para a definição do futuro está com relação à distancia dos familiares, que moram em Brasília. Apesar de saber que se trata de uma situação natural da profissão, a atleta tomará a decisão de forma conjunta. A relação construída com o clube também está na balança.
— Eu não tomo uma decisão apenas pensando em mim. Tenho um carinho enorme pelo Grêmio. Aprendi a amar o clube. Esse amor pode fazer com eu fique — afirmou a lateral-esquerda.
A ligação com o Tricolor foi selada com momento histórico. Em novembro, as Gurias Gremistas encerraram o jejum e voltaram a conquistar o Gauchão. Diante de quase 20 mil torcedores, a vitória por 4 a 1 sobre o Inter marcou o primeiro título feminino no estádio principal do clube.
A consagração no Estadual veio após uma campanha de oscilação no Brasileirão. Lesões e convocações atrapalharam a expectativa criada diante de um início de ano com o vice-campeonato da Supercopa, na final contra o Corinthians.
— Não conseguimos a Supercopa por detalhe, naquele gol que saiu no finalzinho. No Brasileirão, oscilamos. Perdemos jogadoras por conta de convocações e lesões. Tivemos de lidar com essas perdas durante a competição. Dentro da nossa realidade, acho que fomos bem e conseguimos chegar até às oitavas. Para o Gauchão, colocamos um peso. Fizemos um combinado que teríamos de levar esse título para coroar nosso ano.
Mesmo com a presença recente no clube, a lateral contou que já sabia do peso do retrospecto contra as rivais e a necessidade de vencer o clássico. Se tratava de uma responsabilidade de todas, inclusive de quem estava chegando. Até então, a última (e única) vitória sobre o Inter havia sido no primeiro clássico, em 2017.
— Esses clássicos são muito disputados. Sabíamos que era importante vencer e conquistar o título. Todas nós sentíamos que essa hegemonia incomodava. No Gauchão, fomos melhores, com todo respeito à equipe delas.
O triunfo daquele 6 de novembro, no primeiro clássico Gre-Nal da Arena, ainda poderá influenciar em muitos aspectos do presente e do futuro. Seja pela emoção compartilhada por atletas e torcedores, o estreitamento da relação com o time feminino e a montagem da equipe para o próximo ano.
— Você ouvir seu nome, as músicas do clube sendo cantadas pelos torcedores... Foi incrível. Vai ser difícil viver um momento tão especial assim de novo. Quem vive o futebol feminino sabe o que já passamos. É o nosso ganha pão e de nossa família, nosso sonho. Independente de qualquer coisa, deixamos sempre o nosso melhor. Essa é a forma que temos de demonstrar nossa identidade.