Das arquibancadas do Olímpico e do papel picado nos sábados para celebrar a entrada em campo dos jogadores do Grêmio no domingo, aos gabinetes da Arena e aos papeis timbrados para assinar documentos que definirão o futuro do clube do coração. É assim que Alberto Guerra, 47 anos, espera ter definida a sua trajetória: de torcedor até presidente tricolor.
Na infância, sob influência do pai, surgiu a paixão pelo Grêmio. Natural de Porto Alegre, frequentava o Estádio Olímpico desde pequeno e, na adolescência, passou a fazer parte da torcida organizada "Máquina Tricolor". Sócio desde 1997, trabalhou no departamento jurídico do clube e assumiu como vice-presidente de futebol pela primeira vez em 2010. Neste período, foi um dos responsáveis pela contratação de Renato Portaluppi para treinar a equipe pela primeira vez.
— Foi um momento muito relevante para ele. Éramos pequenos quando o Grêmio foi campeão do Mundo, e ter contratado um ídolo, sentar na frente dele, conversar sobre futebol, foi muito marcante para ele — relata Alexandre Rolim, ex-dirigente do clube e amigo de Guerra desde os seis anos.
Voltou ao cargo de vice de futebol em 2016 e, entre 2018 e 2019, foi diretor de futebol, chegando a três conquistas do Gauchão (2010, 2018 e 2019) pelo clube. Mas, antes das funções no Grêmio, formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais, com especialização em propriedade industrial e foi, inclusive, responsável por retirar o "Fifa" do luminoso do antigo Beira-Rio, que fazia referência ao Mundial de Clubes conquistado pelo rival em 2006.
Além disso, é presidente da Associação Leopoldina Juvenil até o fim do ano. Por isso, não vê problemas em assumir o Grêmio caso seja eleito pelos associados neste sábado.
— Ele está programado para não ter outra preocupação a não ser o Grêmio nesses próximos três anos. Decidiu isso, planejou no trabalho dele também. Ele tem essa disponibilidade para ficar esse tempo todo só respirando Grêmio — destaca Louise Heine, namorada de Guerra.
Ela ressalta, ainda, a importância do apoio da família nesta empreitada. Isso porque Alberto Guerra tem duas filhas, do primeiro casamento, e segundo Louise todos estão cientes de que, caso ele seja eleito presidente do Grêmio, as noites, os finais de semana e, até mesmo, o período tradicional de férias, serão dedicados ao clube.
— Estamos apoiando porque é um sonho dele, um desejo que tem desde criança. Sabemos que estará mais ausente, mas vai valer a pena porque será um período incrível para o Grêmio — projeta a companheira do candidato à presidente do clube pela chapa 2.
Fora do ambiente do futebol, além de aproveitar com a família, Louise ressalta que Guerra é um ótimo cozinheiro. Faz a massa da pizza que assa e é um assador de mão cheia. Também é considerado metódico por quem o conhece há mais tempo, por acender a churrasqueira sempre do mesmo jeito e gostar das coisas organizadas. É esse apreço por processos e profissionalização, somado à habilidade como negociador, que amigos e familiares esperam que Guerra empreste ao Grêmio no triênio 2023-2025.