Roger Machado completou cinco meses de trabalho na atual comissão técnica do Grêmio. No período, o profissional, que conquistou dois títulos, utilizou 38 atletas em quatro esquemas táticos na equipe. O treinador tem 59,2% de aproveitamento.
O anúncio de retorno do ídolo à casamata ocorreu na tarde de 14 de fevereiro. No começo do mesmo dia, Vagner Mancini teve o desligamento confirmado do clube. Roger assumiu o time no banco de reservas pela primeira vez diante do São Luiz, cinco dias após a troca.
A primeira formação foi o 4-3-3, substituindo o 4-2-3-1. Com um tripé no meio-campo, o treinador finalizou o Estadual e levantou o pentacampeonato gaúcho. Em algumas oportunidades, o esquema chegou a ser alterado. A principal novidade na relação foi o paraguaio Villasanti, que foi recuado para a primeira função do setor.
Após os tropeços nas primeiras rodadas da Série B, antes de formalizar o sistema com três defensores, Roger optou por utilizar 4-4-2 diante do Criciúma, na Arena. Com o empate sem gols, contra o Vila Nova, em Goiânia, a base foi 3-4-3.
O 4-2-3-1 foi adotado nas últimas rodadas desde o jogo contra o Londrina. A opção também se devia ao retorno de jogadores considerados titulares e a chegada de reforços. A ideia, após a estabilização, era de soltar a equipe.
— Para encontrar um melhor momento, primeiro a solidez defensiva, que nos permitiu chegar até aqui. E agora com os reforços e os jogadores voltando de lesão, soltar mais o time — disse Roger após a vitória sobre o Náutico.
Números
Nos últimos cinco meses, o clube levantou títulos no âmbito estadual. Porém, caiu na primeira fase da Copa do Brasil, para o Mirassol, em jogo único, e teve tropeços nas rodadas iniciais da Série B. Foram 13 vitórias, nove empates e cinco derrotas em 27 jogos.
A defesa foi a principal preocupação de Roger Machado. Foram 17 gols sofridos, enquanto 35 gols foram assinalados. O ataque não conseguiu balançar as redes em nove duelos.
Jogadores utilizados
Com tantos jogos, aliado ao calendário apertado do futebol brasileiro, a comissão tratou de girar o grupo de atletas. No total, até o momento, são 38 jogadores escalados nas partidas. No Estadual, apenas Frizzo não foi escalado para observação dos profissionais. Bitello foi praticamente lançado por Roger, já que não recebia grandes oportunidades anteriormente.
Outros jovens ganharam mais minutos: Varela, Emerson e Natã. Outros foram testados e repassados para outros clubes como Rildo (Bahia), Ricardinho (Atlético-GO), Wesley (CRB) e Bobsin (Santa Clara-POR).
Com a chegada do treinador, pela falta de intensidade, o argentino Martín Benítez perdeu espaço. O articulador, que está indo para o América-MG, foi colocado em campo em sete ocasiões, sendo apenas uma como titular. Ele chegou a ser experimentado como volante pelo lado direito, mas não conseguiu se adaptar na função. Outros experientes também deixaram o clube: Churín (Atlético-GO) e Orejuela (Athletico-PR).
Futuro indefinido
O contrato de Roger tem duração até o final de 2022. A continuidade na Arena dependerá dos resultados em campo e também da nova direção, já que o Grêmio mudará o Conselho de Administração e a atual gestão, pelo estatuto, não poderá concorrer ao novo triênio. Logo, caberá aos novos dirigentes definirem se permanecem ou não com o técnico.