Já se passaram 17 anos daquele jogo. Sete jogadores em campo. 0 a 0. Um pênalti contra e a possibilidade de permanecer na Série B do Brasileirão por mais uma temporada. A partida ficou conhecida como Batalha dos Aflitos — Galatto pegou a penalidade e Anderson marcou o gol que selou a classificação e o título da Segunda Divisão para o Grêmio.
Minutos antes de a bola começar a rolar na Arena para mais um jogo entre as duas equipes, o camisa 17 da época conversou com o programa "Pré-Jornada", da Rádio Gaúcha, e relembrou como foi aquela partida em 2005.
— Eu me emociono todos os dias. Até semana passada, um filho pediu para ver o DVD, botamos, e ele apontava que era eu no filme. Não é só a emoção, mas também o carinho. Vou na rua e as pessoas me reconhecem, todos os jogadores recebem isso. Foi um jogo bem complicado. A gente pensou em abandonar, o Pereira, se não me engano, falou para a gente ficar. Não tinha mais cabeça pelo jogo, era não tomar o gol, segurar o máximo. O empate nos garantia o acesso, ficamos e foi uma coisa única. Vai ser complicado ver de novo o que aconteceu.
Logo depois que o goleiro do Tricolor fez a defesa, Anderson pegou a bola, levou para a lateral, sofreu a falta de Batata (que resultou em uma expulsão) e caiu. No entanto, levantou-se rápido, recebeu o passe de Marcelo Costa e adentrou a área. O resto é história.
— Eu pensei em driblar o goleiro, mas aí pensei em fazer o gol. Imagina se eu erro. Na hora ali, eu tava tranquilo, ia entrar com bola e tudo, mas pensei em fazer o gol logo e sair pro abraço.
O Grêmio começou a rodada na quarta posição, com 26 pontos, três a mais que o Criciúma, primeiro time fora da zona de classificação para a Série A do ano que vem.