As ausências de Kannemann e Rodrigues abriram espaço no Grêmio para Natã. O jovem, que estreou pelo time profissional na disputa da Recopa Gaúcha contra o Glória, deu boa resposta contra o Sampaio Corrêa. Tanto que terá sequência novamente contra o CSA, no Estádio Rei Pelé. O paulista de Ribeirão Preto é um dos casos de garotos que foram emprestados para ganhar experiência e que voltam para aproveitamento no grupo principal.
Em junho de 2021, sem projeção de utilização na época, Natã foi emprestado ao Aimoré. Pelo clube de São Leopoldo, conseguiu ter os minutos que precisava para adquirir experiência e avançar na carreira. Ao todo, entre a Série D de 2021 e o Gauchão deste ano, fez 20 jogos pelo Índio Capilé. Foi titular em 19 e marcou um gol. O diretor-executivo do Aimoré, Enrico Zanetti, lembra que o zagueiro entrou no radar da equipe após um amistoso entre contra o time sub-18 do Grêmio em 2019. A relação entre os clubes começou com o empréstimo de Ferreira em 2019 e até hoje é mantida com jovens sendo utilizados em São Leopoldo.
— Mesmo sem a vantagem natural da altura, é um zagueiro que tem uma bola aérea muito forte. Um dos seus melhores jogos foi contra o Inter, no Gauchão deste ano. Mesmo com a defesa composta por três meninos, o Natã fez uma grande partida no Beira-Rio – recorda Zanetti.
Foi justamente o bom rendimento no Gauchão deste ano que o colocou novamente em evidência para o Grêmio. Eleito para a seleção da competição, o jovem de 20 anos foi observado por Roger Machado após a eliminação do Aimoré.
Ainda sem Kannemann, e com Rodrigues improvisado como lateral-direito, Natã foi incorporado aos treinos e deu boa resposta. Em busca de um quinto jogador para completar o setor, e de preferência uma alternativa que não necessitaria do investimento de recursos, o jovem agradou pela boa capacidade técnica e velocidade.
Mesmo que seja um jogador de estatura baixa para a média da posição (1m80cm), Natã consegue compensar a desvantagem pela explosão muscular. Em testes realizados no CT Luiz Carvalho durante o período de treinos, alcançou 62cm de impulsão. A marca o coloca em posição de igualdade na disputa dos lances de bola aérea com os atacantes adversários.
— Se mostrou um jogador com personalidade e liderança desde a chegada. É muito forte na bola aérea, muito bom tempo de bola. É um zagueiro com bom passe, inteligente para jogar — destaca César Lopes, técnico do jogador nas equipes de base tricolores.
Natã chegou ao Grêmio após se destacar pelo Coritiba. Emprestado pelo Cianorte, o zagueiro chamou a atenção dos observadores gremistas pela sua participação no Paranaense Sub-17 de 2018. Este campeonato rendeu uma série de contratações para a base do clube gaúcho — Bitello é o exemplo mais recente de sucesso originado desta competição. A direção acertou a vinda do jovem ainda em 2018, quando foi incorporado ao time sub-17.
No ano seguinte, passou a ser utilizado pela categoria sub-20. A avaliação interna do clube era de que Natã teria dificuldades para repetir o desempenho da base no nível profissional por causa da altura. Tanto que nunca recebeu oportunidades no grupo de transição.
Com a chance de atuar pelo Aimoré, o zagueiro conseguiu ter uma sequência de jogos e afastar as dúvidas sobre a questão física. Desde seu retorno ao Grêmio, superou na hierarquia os outros garotos que treinavam no time principal. Gustavo Marins, que voltou para a transição, e Heitor estavam na frente.
Pela boa impressão deixada nos treinos, e também nas partidas contra o Glória e o Sampaio Corrêa, Natã segue no time titular no jogo que pode manter o Grêmio no G-4 da Série B. Com os desfalques de Kannemann e Rodrigues, será mais uma oportunidade do jovem se afirmar como opção no grupo de trabalho do técnico Roger Machado.
