O departamento jurídico recebeu com indignação o deferimento da liminar por parte do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que veta a presença de torcedores do Grêmio nos jogos do time no Brasileirão. Independentemente do estádio, gremistas não poderão ocupar as arquibancadas até que a liminar seja derrubada, por conta da invasão ocorrida na Arena, no último domingo (31). Na ocasião, cerca de 20 homens entraram no gramado a partir da arquibancada norte e nenhum deles foram detidos.
O vice-presidente jurídico, Nestor Hein, argumenta que os invasores foram identificados pelo clube nos três dias que se seguiram, e que isso deveria ser considerado pelo presidente do STJD, Otávio Noronha, antes de aceitar a liminar encaminhada pela procuradoria antes do julgamento.
— Primeiro passo que vamos tomar é pedir a suspeição do presidente do STJD. Ele tem um processo criminal contra mim em Porto Alegre. Segundo a legislação do Código de Processo Civil, inimigo capital não pode despachar contra o outro – explicou Hein à reportagem do Ge.
Ele afirma que Noronha deveria declarar-se impedido de julgar o caso. O presidente do Tribunal tem uma ação movida contra o advogado desde que foi chamado pelo gremista de "moleque", em entrevista à Rádio Gaúcha, em 14 de setembro. Desde o episódio, quando Nestor criticou a decisão de liberar torcida do Flamengo em duelo pela Copa do Brasil contra o Grêmio, o responsável pelo departamento jurídico do clube gaúcho acredita que Noronha não poderia julgar casos envolvendo o Tricolor.
— Queremos uma reconsideração da liminar. Esperamos que este pedido seja julgado pelo vice-presidente do STJD — finalizou Hein.