Ao longo da carreira, Luiz Felipe Scolari empilhou títulos com equipes que tinham o centroavante como um dos protagonistas. Desde o Grêmio campeão da Copa do Brasil de 1994 com gol de Nildo, passando pela artilharia de Jardel na Libertadores de 1995, até chegar ao ápice na Copa do Mundo de 2002, com Ronaldo Nazário, o jogador terminal estava lá. Pois agora, em sua atual passagem pela Arena, não tem sido diferente.
Desde que o treinador assumiu o comando do vestiário, o Tricolor somou 17 pontos no Brasileirão. Destes, 12 pontos foram conquistados com gols dos centroavantes. Ou seja, 70% da pontuação gremista pode ser depositada na conta de Diego Souza e Borja.
A vitória sobre o Ceará, neste domingo (12), é um grande exemplo. O treinador não pôde contar com Borja desde o início, devido a um atraso em sua reapresentação, após servir à seleção colombiana. Assim, optou pelo experiente Diego Souza.
— No último jogo (pelas Eliminatórias), o Borja fez os dois gols da equipe da Colômbia. Ele tem jogado muito bem conosco e eu não posso desestimular quem sai para uma seleção, se não estaremos o punindo. Mas eu não posso mudar alguma coisa no sentido de que o Borja foi para a seleção, voltou no sábado à tarde para jogar no domingo. Não dá. Vamos ter de tomar uma providência na cedência de jogadores, para voltarem no mínimo dois dias antes. E tenho que valorizar quem fica no meu grupo aqui, porque se não a gente vai cometer alguns erros. Vou dar oportunidades, vou ver durante o treino, mas não vou desestimular ninguém e, sim, estimular para que tenhamos sempre o melhor em campo — justificou o comandante gremista.
A escolha se mostrou acertada. A partida estava complicada, com dificuldade de ambas as partes em acertar o alvo, até que Diego Souza pulou mais alto que a defesa cearense para, de cabeça, abrir o placar no final do primeiro tempo. Logo depois, Ferreira ainda marcaria o segundo, decretando a vantagem de 2 a 0.
Coincidentemente, a última vez que Diego Souza havia marcado foi em outra vitória de 2 a 0, mas contra o Bahia. Naquela ocasião, coube ao experiente jogador fechar o placar, pois quem havia aberto era Miguel Borja.
O colombiano, por sua vez, contratado a pedido de Felipão — com quem havia trabalhado no Palmeiras — já tinha se mostrado fundamental ao converter pênaltis que renderam vitórias contra Chapecoense e Cuiabá.
Juntos, os centroavantes marcaram cinco gols — a metade do que o Grêmio anotou sob o comando de Felipão no Campeonato Brasileiro. Os outros jogadores responsáveis por balançar as redes rivais foram: Pinares (Fluminense), Guilherme Guedes (América-MG), Alisson (Chapecoense), Vanderson (São Paulo) e Ferreira (Ceará).