Na vice-lanterna do Brasileirão, a sete pontos de distância do primeiro time fora da zona de rebaixamento, o Grêmio aposta em uma mudança de peças para mudar seu destino na competição. A expectativa é que com novos nomes, arejados e até, de certa forma, alheios ao momento turbulento da equipe, seja possível melhorar o desempenho e encontrar as vitórias. Essas novidades são Mathias Villasanti, que já deve estrear nesta quarta-feira (18), contra o Cuiabá, e Campaz, cuja contratação deve ser assinada ainda nesta terça-feira (17).
Villasanti só não jogou contra o São Paulo porque havia feito apenas um treino com os companheiros. O volante paraguaio tem liberação burocrática e condições físicas, por isso é a tendência de que esteja em campo em Cuiabá. Inclusive, como titular. Isso porque não há tanto mistério do lugar que ocupará na equipe.
Jogador dinâmico, desses meias modernos do futebol, Villasanti definiu a si mesmo como um atleta que gosta de preencher toda a faixa central, o que os ingleses costumam chamar de box to box. Na seleção de seu país, parte de segundo volante, especialmente no que diz respeito à marcação, mas movimenta-se bastante para se somar ao ataque.
— Ele tem ritmo de jogo, vinha atuando no Cerro Porteño. Então, está em uma condição física boa e está dentro da ideia que tínhamos em suprir uma lacuna do elenco — adiantou o executivo do Grêmio, Diego Cerri.
Por essas razões, sua entrada é natural. Com a saída de Matheus Henrique, ninguém conseguiu aproveitar a brecha. Passaram por ali Victor Bobsin e Darlan, sem que tenham virado unanimidade. Lucas Silva jogou no sábado (14) e também não fixou-se. Por isso, a tendência é a de que Villasanti forme a dupla com Thiago Santos.
Campaz deve viver situação parecida. Meia-atacante mais ofensivo, assim que assinar contrato, possivelmente, ficará com a posição desempenhada atualmente por Jean Pyerre. Ex-camisa 10, o meia, do qual se esperava protagonismo nas principais jogadas de criação do time, não dá a resposta necessária. Inclusive, pode ir para o banco mesmo sem a chegada do colombiano.
Trata-se, inclusive, da função preferida do jogador. Isso quem relatou foi o repórter Julián Capera, da ESPN e da Rádio W, de Tolima, em entrevista à Rádio Gaúcha:
— Se for para definir, diria que é um meia que gosta de jogar centralizado mas com liberdade para se movimentar. Tem facilidade para avançar, procura o jogo vertical e gosta de arriscar de fora da área, tem ótimo chute de média distância. Não tem medo do drible e ao mesmo tempo não é de cadenciar.
Com essas características, ele se encaixaria na função mais adiantada da faixa central do meio-campo, permitindo que Felipão mantivesse Douglas Costa e Alisson abertos nas pontas, o trio atrás do centroavante Borja. Ele seria a esperança de mudar o cenário atual do Grêmio que tem o segundo pior ataque do Brasileirão. Com nove gols em 14 jogos, o Tricolor está apenas atrás do Sport, que fez oito.
O que falta ainda é Campaz assinar o contrato. Ele ainda não foi autorizado a viajar a Porto Alegre pois ainda faltam detalhes do contrato, como cláusulas e prazos de pagamento. Mas todas as partes envolvidas, inclusive o Grêmio, acreditam que tudo estará resolvido em breve.
E há pressa: com 10 pontos e vendo os adversários escaparem, o Grêmio não tem tempo a perder, precisa buscar as vitórias urgentemente. A expectativa é de que os novos reforços ajudem a mudar o cenário.