O jogo 300 da Arena foi mais um capítulo da campanha ruim do Grêmio neste Campeonato Brasileiro. Nem mesmo a mudança de esquema tático de Luiz Felipe Scolari para uma formação com três zagueiros surtiu efeito para o time obter a primeira vitória em casa na competição. Em jogo no qual até desperdiçou boas chances na reta final, mas terminou com menos finalizações – 18 contra 12 , o Tricolor ficou no 1 a 1 com o América-MG, resultado que o manteve na vice-lanterna do Brasileirão.
Uma das novidades da equipe, o lateral-esquerdo Guilherme Guedes anotou o gol gremista – Felipe Azevedo igualou -, mas deixou a partida com dores musculares, o que também ocorreu com Diego Souza e Douglas Costa. Com o resultado de sábado, o Grêmio soma apenas sete pontos após 11 jogos – um aproveitamento de 21,2%.
Apesar dos números desfavoráveis, Felipão se mostrou satisfeito com o desempenho do time no novo esquema de jogo. Ele tratou com normalidade as poucas chances criadas, mas cobrou maior efetividade do seus jogadores.
— O Grêmio pouco levou dificuldade ao gol do Cavichioli no segundo tempo, mas teve duas oportunidades de matar o jogo. Não é criar 20 oportunidades. É criar uma ou duas e vencer a partida, fazer o gol. O sistema foi muito bem executado pelos jogadores. Vínhamos trabalhando durante a semana. Eles fizeram com naturalidade. Tivemos um primeiro tempo melhor, mas o segundo tempo não foi tão ruim assim. Tivemos muitas perdas durante o jogo. Isso dá oportunidade para o adversário ter um crescimento maior — declarou Felipão, que projetou a repetição da formação com três zagueiros de acordo com os adversários.
— Eu vou manter a medida em que o adversário proponha também, que eles tenham dois atacantes em cima dos meus zagueiros. Se tivermos três zagueiros para um atacante só, vamos perder em outros setores. Aí vamos voltar ao 4-2-3-1 ou 4-1-4-1, que é trabalhado no dia a dia. Nós sempre vamos analisar o adversário para colocar o time ideal em campo —seguiu.
Diante da insistência nas perguntas sobre a postura da equipe, Felipão chegou a fazer uma crítica ao jeito que o Grêmio jogava no começo do Brasileirão. O treinador ressaltou sua ideia, pelo momento delicado do clube, é jogar preocupado primeiramente com a sustentação defensiva.
— O Grêmio era agressivo. Tinha sete jogos e dois pontos. Primeiro temos que fazer o dever de trás para frente. Não adianta sonhar em sair para cima do adversário nas condições atuais. Não vamos enganar ninguém. Vamos jogar de uma forma tranquila e organizada, Nós vamos ter as chances, e temos que ter a qualidade para fazer os gols. Nós vamos ter organização. Não vamos fazer nenhuma loucura. Vamos ter a nossa identidade, com tranquilidade para jogar — avaliou Felipão.
Os problemas físicos enfrentados pelo Grêmio ao longo do jogo geram preocupação. Por conta disso, o treinador deixou aberta a possibilidade de preservar titulares no confronto com o Vitória pela Copa do Brasil.
— Quem não estiver em boa condição. não vai viajar. Isso não é uma alternativa. É apenas o cuidado que devemos ter — garantiu.
Enquanto Felipão tenta encontrar soluções para os problemas da equipe, a direção busca reforços no mercado. O vice de futebol Marcos Herrmann destacou a ideia de anunciar contratações nos próximos dias, mas ressaltou o clube não irá fazer “loucuras” nos investimentos.
— Temos de trazer reforços e isso será feito. Estamos trabalhando dia e noite para isso e vamos fazer. Não podemos trazer um jogador que temos dúvida. Jogadores prontos e de qualidade para essa situação não são fáceis, mas nós vamos atrás. A janela não está aberta ainda. É evidente que o tempo corre e temos de fechar negócios nos próximos dias. É muito importante seguir pagando os salários em dia. Não adianta fazer loucura e não poder pagar. Estamos atrás de jogadores que não apenas resolvam problemas desse ano, mas que também façam parte da engrenagem do clube para as próximas temporadas — declarou o dirigente.
Sobre o desempenho da equipe, Marcos Herrmann apontou os desfalques como um dificultador para o Grêmio recuperar o bom desempenho.
— Temos nove jogadores fora, todos com condições de titularidade. Temos dois na seleção (olímpica) e outros sete que não estavam disponíveis. É difícil, é muito complicado. A atuação pode não ter sido boa, mas não foi ruim. Quem teve as melhores chances fomos nós — analisou.
O Grêmio voltará a campo pelo Brasileirão no próximo sábado, quando irá enfrentar o Bragantino, no interior paulista. Antes, porém, o Tricolor tem o compromisso com o Vitória, no Barradão, nesta terça-feira, pela Copa do Brasil.