Douglas Costa falou pela primeira vez como jogador do Grêmio. Na segunda-feira (24), o meia-atacante deu entrevista ao canal do comunicador Duda Garbi no YouTube. Na conversa, de aproximadamente meia hora, tratou de assuntos como sua volta ao clube do coração, a escolha pelo número 10 e a relação com o atacante Taison, do Inter.
Douglas revelou que o desejo de retornar ao Rio Grande do Sul surgiu há alguns anos, quando vinha passar férias no Estado. Em 2018, disse a Geromel durante a Copa do Mundo que voltaria enquanto o zagueiro ainda estivesse em campo. Hoje, acredita que o acerto ocorreu no momento ideal.
— E o Grêmio está em alta, não é como se eu fosse voltar e dar um passo para trás (na carreira). O Grêmio está com um time bom, competitivo, e a minha vinda agrega muito mais a isso. O Rafinha está aqui, o Geromel, toda rapaziada. Casou tudo no tempo certo — falou.
Além do capitão, outros jogadores entraram em contato com Douglas para tratar da sua chegada ao clube. Isso teria o motivado ainda mais a firmar o acerto.
— O Geromel tem uma liderança positiva dentro do Grêmio. O Maicon também me ligou, eu vi que os caras estavam fazendo um esforço para me ter aqui. Falei até com os meninos, com o Matheus (Henrique), com o Jean (Pyerre) — revelou o ex-Juventus.
A expectativa era de que Douglas voltasse ao clube usando a camisa de número 7, número simbólico para o clube, vestido por Renato Portaluppi na conquista do Mundial de Clubes. Escolheu o 10, no entanto, por querer escrever sua própria história. Para isso, conversou com Jean Pyerre, que desde 2020 era quem vestia a camisa.
— Gosto da 11, da 10 e da 7. Troquei uma ideia com o Jean, e ele aceitou de uma maneira positiva. Falei que, se não fosse viável para ele, eu escolheria outro número, sem problema. Mas ele falou "não, tá maluco". Quero agradecer a ele pessoalmente, porque foi um gesto muito bonito.
Natural de Sapucaia do Sul, Douglas Costa falou também sobre a amizade que tem com outro gaúcho que retornou recentemente ao RS: Taison, seu companheiro de Shakhtar Donetsk na Ucrânia e de Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2018.
— Nós temos muito isso de rivalidade, Grêmio e Inter. Desde pequeno a gente é ensinado a isso. Mas eu gosto muito do Taison, a gente tem um carinho enorme um pelo outro. A gente conhece as famílias, conheço a mãe, os 25 irmãos que ele tem (risos). Acho que quem ganha com isso (a volta dos dois) é o Rio Grande do Sul — comentou o jogador.
Após 11 anos na Europa, sabe que encontrará no Brasil um jogo mais lento com relação ao que se acostumou na Alemanha e na Itália, onde jogou as últimas temporadas. Mas aponta que cabe a ele adaptar-se à nova realidade.
— Talvez a quebra de linha vá ser um pouco diferente, a bola saindo do volante para o meia vai ser mais lenta, porque é o futebol daqui. Mas a gente se adapta. Vou ter de me acostumar, é um desafio. Tenho de me adaptar ao futebol em que a gente está hoje, não adianta começar a criticar uma situação. Tenho que simplesmente me adaptar. Hoje, faço parte disso.
Por fim, Douglas Costa revelou qual o título que mais deseja comemorar pelo Grêmio. Ele vem de uma sequência de 10 conquistas nacionais consecutivas — mas o seu "sonho de consumo" ficará, se o time conseguir classificação, para o ano que vem.
— A Libertadores é pesada, né? O Brasileiro também é pesado, mas acho que eu fico com a Libertadores. Mas esse ano não tem como, é a Sul-Americana — projetou.
A apresentação oficial de Douglas Costa está marcada para o meio-dia desta quarta-feira (26). Com casamento marcado para o início de junho e período de treinamentos a serem realizados, ele só deve estrear pelo novo clube na segunda quinzena do próximo mês.