Com a saída de Renato Portaluppi, o Grêmio terá de buscar um novo treinador para a equipe principal. Até agora, informações de bastidores dão conta de que o gaúcho Tiago Nunes, ex-Corinthians e Athletico-PR, é o favorito para assumir o cargo. Porém, seu anúncio dependerá da vontade do futuro vice-presidente de futebol, que ainda não foi oficializado.
Independentemente de quem seja o próximo técnico, ele desembarcará na Arena sabendo que a missão não será das mais fáceis. Além de ocupar uma vaga que esteva preenchida nos últimos quatro anos e meio, com um projeto multicampeão, o profissional terá de substituir um dos maiores ídolos da história do clube — fato que dois outros técnicos já sentiram na pele.
Julinho Camargo
A primeira passagem de Renato pela casamata tricolor se deu ainda no Estádio Olímpico — ele comandou o time de agosto de 2010 a junho de 2011. Foi quando a gestão de Paulo Odone viu em Julinho Camargo atributos para ser o substituto imediato do ex-camisa 7.
Com passagem vitoriosa pela base gremista, Julinho atuava como auxiliar técnico de Paulo Roberto Falcão, no Inter, quando recebeu o convite. Não titubeou. Porém, a experiência não foi nada boa. Em seis jogos pelo Brasileirão, ele conquistou apenas uma vitória (2 a 0 sobre o Coritiba). Nas outras partidas, obteve duas derrotas (Cruzeiro e Flamengo) e três empates (Figueirense, América-MG e Atlético-MG). Por fim, acabou demitido com apenas 33% de aproveitamento e foi substituído por Celso Roth.
— Foi uma passagem rápida, em um momento que meu nome não tinha um elo muito forte com a direção e, quando não se tem esse suporte junto ao presidente, a gente acaba não tendo uma vida útil de trabalho. Lastimo por ter sido um momento que não foi harmônico neste sentido — comentou o profissional, em entrevista concedida a GZH em junho de 2020.
Desde janeiro deste ano, Julinho Camargo ocupa o cargo de gerente de transição, responsável pela subida de jovens da base para o elenco profissional do Inter.
Enderson Moreira
A segunda passagem de Renato pelo Grêmio se iniciou em julho de 2013. Substituindo Vanderlei Luxemburgo, o ex-atacante comandou a equipe na campanha do vice-campeonato brasileiro. Ainda assim, ao final da temporada, não chegou a um acordo financeiro com o presidente Fábio Koff e deixou a Arena. A opção, então, foi apostar em Enderson Moreira.
A exemplo de Julinho, Enderson também tinha um histórico de trabalhos em categorias de base, com passagens por Cruzeiro e Atlético-MG. Em 2011, ainda comandou o Inter B, até ser demitido após a eliminação da primeira fase do Gauchão. Mas foi o trabalho realizado no Goiás que chamou a atenção da diretoria gremista. Campeão da Série B em 2012, chegou à semifinal da Copa do Brasil do ano seguinte. Em Porto Alegre, porém, não correspondeu à expectativa.
Em pouco mais de 6 meses de trabalho, disputou 36 jogos oficiais, obteve 19 vitórias, 10 empates e sete derrotas. Apesar do bom aproveitamento (62%), sua passagem pelo Grêmio ficou marcada de maneira negativa pela eliminação nas oitavas de final da Libertadores de 2014, para o San Lorenzo, nos pênaltis, e principalmente pela derrota na final do Gauchão, por 4 a 1, em um Gre-Nal.
— Eu estou acostumado com isso no futebol. Isso é uma coisa pouco comum. Acontece em decisões. Já aconteceu da minha equipe ganhar com um placar elástico na final, já aconteceu de ganhar. Não vejo como vexame. Vexame é quando você vê uma equipe que não tem hombridade, não disputa o jogo e não tenta. Isso se chama futebol, e por isso que ele é apaixonante — comentou o técnico, após a goleada em Caxias do Sul.
Atualmente, Enderson Moreira é o técnico do Fortaleza.