Há 15 meses afastado dos gramados, o lateral-direito do Grêmio, Leonardo Gomes, 24 anos, está sendo preparado para retornar apenas na temporada 2021. Embora o clube não estipule uma previsão de retorno, o atleta dificilmente terá condições de atuar antes do próximo Campeonato Gaúcho, previsto para março.
O motivo do longo tempo de parada é a sequência de duas lesões graves no joelho direito. Em setembro de 2019, o jogador sofreu uma ruptura total no ligamento cruzado posterior. Oito meses depois, quando se preparava para voltar, o lateral teve uma fratura na patela, o que retardou de forma significativa a recuperação.
— O Leonardo teve uma lesão complexa, em que o tempo estimado de recuperação era de oito a 10 meses. Mas, quando estava voltando, teve essa fratura na patela, com um prognóstico de mais dois meses de pós-cirúrgico. Está dentro da normalidade para estes casos — declarou recentemente a ZH o médico do clube, Paulo Rabaldo.
Apesar de clinicamente recuperado tanto da ruptura ligamentar quanto da fratura, Leonardo Gomes ainda realiza um intenso trabalho de fortalecimento muscular na região lesionada para evitar o risco de uma nova lesão. Por esta razão, o planejamento é que o retorno do lateral ocorra de forma gradual.
No início do dezembro, o lateral fez parte da delegação tricolor que viajou para Goiânia. Contudo, foi muito mais para se integrar ao grupo e ao ambiente dos jogos do que por uma perspectiva de retorno. Na ocasião, o atleta também aproveitou para visitar a família, que reside na capital goiana.
As lesões no ligamento cruzado posterior costumam inspirar muitos cuidados no meio do futebol, por conta da gravidade e da recuperação complexa. O ligamento em questão consiste em uma tira de tecido fibroso que liga o fêmur à tíbia, dois dos maiores ossos do corpo humano. Esta fibra serve para estabilizar o joelho e evitar que ele faça movimentos impróprios, que causariam outras lesões. Por isso, quando há o rompimento total, o tempo de reabilitação costuma ser muito longo, o que acaba causando perda de mobilidade e de força muscular.
Um exemplo que ilustra a gravidade do problema é o caso do zagueiro do Cruzeiro, Dedé, 32 anos, que sofreu uma lesão parecida e, desde então, passou a ser uma presença muito mais frequente no departamento médico do que nos jogos.
Em novembro de 2014, o defensor também teve uma ruptura de ligamento cruzado posterior no joelho direito e foi submetido a uma cirurgia, ficando 451 dias sem entrar em campo. Contudo, em fevereiro de 2016, apenas um mês após retornar aos gramados, o jogador também sofreu uma fratura na patela, mesmo problema de Leonardo Gomes. Operado novamente, o zagueiro ficou mais de 386 dias no departamento médico, retornando apenas em março de 2017.
O pós-lesão de Dedé ainda não teve ainda um final feliz. Entre 2017 e 2019, o zagueiro voltou a sofrer lesões sérias nos dois joelhos e não conseguiu ter uma sequência. O atleta disputou o seu último jogo em outubro de 2019 e também só voltará a atuar em 2021.
No Grêmio, existe a confiança de que Leonardo Gomes voltará a jogar no primeiro semestre de 2021 e conseguirá ter uma sequência em alto nível sem novas lesões. Pelo bom momento do atleta em 2018 e em 2019, a sua recuperação é considerada um reforço para o técnico Renato Portaluppi em 2021. Contudo, pela complexidade da lesão, o retorno do atleta aos gramados ocorrerá de forma bem gradual.