Há um mês sem vencer no Brasileirão, o Grêmio tenta retomar em Salvador o futebol ofensivo que marcou a maior a parte dos quatro anos da Era Renato. Nos últimos três jogos, além da queda de desempenho, a equipe tricolor chamou atenção pela perda da intensidade, uma das principais características da equipe gremista nos grandes títulos conquistados nos últimos anos.
— Salvo exceções, como nos jogos contra Flamengo e Corinthians, o Grêmio passa a impressão de perder mais intensidade no segundo tempo do que os seus adversários. Talvez por isso haja essa insistência na bola aérea na segunda etapa. Uma imagem que ilustra isso é a do Renato pedindo o fim do jogo na final do Gauchão, com um Caxias em cima mesmo sem ritmo e vindo de longa parada — avalia Diogo Olivier, que foi o comentarista da Rádio Gaúcha no empate do Tricolor contra o Atlético-GO, por 1 a 1.
A falta de intensidade do Grêmio no início do Brasileirão também chama atenção da imprensa nacional.
— O Grêmio não deixou de ser intenso só no fim dos jogos, mas em todo o tempo. O time não apresenta alternativas de velocidade, pelo perfil dos jogadores e também por trabalho do técnico. É um time que precisa muito da parte física para jogar em contra-ataque e velocidade e nisso a equipe está longe dos padrões apresentados na sua melhor forma — observa a comentarista do Grupo Globo Ana Thaís Matos, que participou da transmissão do SporTV no empate gremista em Goiânia.
No aspecto físico, Renato sofre também com os problemas musculares. Um dos principais jogadores do setor ofensivo, o meia Jean Pyerre tem lesão na coxa direita e não pode jogar na quinta (10), contra o Bahia.
Além de estar suspenso, o zagueiro Kannemann realiza fisioterapia por conta de dores que sentiu no jogo em Goiânia. Victor Ferraz, Maicon e Pepê, por sua vez, seguem em Porto Alegre e também estão vetados pelo departamento médico por problemas musculares.
Nos bastidores, a sequência de um jogo a cada três dias, logo após o longo tempo de parada por conta da pandemia, é citada como o principal motivo para o desgaste muscular. Além disso, as atuações no jogo de ida da final do Gauchão, contra o Caxias, e nas partidas contra Flamengo e Corinthians são consideradas modelos e exemplos para o time de Renato retomar a intensidade nos próximos jogos.
— O torcedor gremista nos últimos quatro anos está acostumado com títulos e com futebol bonito. Quando empatamos, perdemos ou quando não jogamos um futebol tão bonito, acaba tendo muitas criticas. Mas é uma motivação também para treinarmos cada vez mais. estamos treinando forte. É o momento de trabalhar mais, falar menos e ir em busca dos resultados positivos — declarou o meia Isaque.
O jogador, de certa forma, adota o mesmo discurso do técnico Renato Portaluppi. Mesmo em meio a derrotas e más atuações, o treinador demonstra confiança na retomada das vitórias.
— Algumas pessoas se viciaram em ver o Grêmio sempre bem e acham que jogará bem todas as partidas e vencerá todas as competições. A diferença para o quarto, quinto colocado, é de quatro ou cinco pontos. Estamos muito tranquilos. Todas as equipes têm uma fase que ficam alguns jogos sem vencer — confia Renato.
O desafio é encerrar a má fase, nesta quinta-feira, em Pituaçu, quando o Grêmio enfrenta o Bahia, às 19h15min.