Após meses de conversa com o Palmeiras, o Grêmio finalmente anunciou a contratação do lateral-esquerdo Diogo Barbosa nesta sexta-feira (11). Na Arena, o atleta de 28 anos chega para suprir a vaga deixada por Caio Henrique e brigará pela posição com o experiente Bruno Cortez e o jovem Guilherme Guedes. Saiba mais detalhes da carreira do mais novo reforço tricolor:
Início de carreira
Apesar de ter nascido no interior do Mato Grosso, Diogo surgiu nas categorias de base do Vila Nova-GO. Foi contratado para defender o time sub-23 do Vasco em 2010. Quatro meses após sua chegada ao Rio de Janeiro, foi lançado como titular pelo técnico PC Gusmão.
— Ele tinha 19 anos e era o lateral dos juniores. Nós estávamos com problemas na posição, íamos enfrentar o Flamengo, que tinha Léo Moura, Petkovic. E eu o conhecia de treinar contra, então o subi. Fizemos um processo de observação por uma semana, para ver se não ia sentir, pois era muito jovem. Conversamos e ele se colocou à disposição. E não teve problemas mesmo, fez um grande jogo — recorda o ex-treinador, que atua hoje como coordenador técnico das categorias de base no clube carioca.
Porém, Diogo não teve continuidade em São Januário. No ano seguinte, foi dispensado e acabou no Sport, levado pelo mesmo treinador que o havia dado a primeira oportunidade como profissional.
— Não sei qual problema de contrato ele tinha no Vasco, mas acabou não ficando aqui. Eu fui para o Sport e me ofereceram-no. Mas eu não fiquei muito tempo lá e, depois, ele seguiu a vida dele. Mas gosto muito dele. É um jogador de velocidade, que cumpre tanto as funções defensivas como ofensivas. No jogo de organização defensiva, é muito bom. Na transição para o ataque, é rápido, tem dinâmica e boa chegada, tanto de infiltração como pelo corredor lateral. É um jogador moderno e extremamente profissional. Não tenho dúvidas de que dará certo — comenta PC.
Doping
No início de carreira, Diogo Barbosa demorou para se firmar. Por ter seus direitos econômicos vinculados a um banco e estar federado ao Coimbra-MG, o atleta era emprestado de um clube para outro. Do Sport, rumou para o Guarani, em seguida para o Coritiba e, depois, para o Atlético-GO.
Em 2015, foi contratado pelo rival Goiás, mas levou um baque antes mesmo de sua estreia: foi flagrado no exame antidoping, pela última rodada do ano anterior, pelo uso da substância dexametasona. A situação lhe rendeu uma suspensão por três meses, impedindo-o de participar da campanha do título estadual.
— Não estou abalado. Na verdade, me sinto tranquilo, pois já conversei com os advogados do Goiás. A substância é de um anti-inflamatório. Usei antes do jogo porque estava com dores na coxa, mas foi indicado por médicos do Atlético-GO. Disseram que seria relatado na súmula e não teria problema — declarou o jogador à época.
Ele voltaria aos gramados para disputar o Brasileirão daquele ano, sem conseguir evitar o rebaixamento de sua equipe. Ainda assim, despertou o interesse do Botafogo, com quem assinou contrato para 2016.
Títulos nacionais
Comandado por Jair Ventura, o lateral foi um dos destaques do Botafogo, quinto colocado no campeonato nacional. Porém, sem dinheiro para comprá-lo dos investidores, o clube carioca perdeu o páreo para o Cruzeiro.
Em Minas Gerais, sob a tutela de Mano Menezes, foi titular na conquista da Copa do Brasil de 2017. Ao final da temporada, sua sina se repetiu: o clube não conseguiu adquirir seus direitos, e ele foi parar no Palmeiras. Por fim, em São Paulo, foi titular durante boa parte dos jogos, incluindo na campanha do título brasileiro de 2018, com Felipão. Até que, neste ano, perdeu espaço com o técnico Vanderlei Luxemburgo, que deu preferência pela utilização do uruguaio Matías Viña. Em 2020, foram apenas 11 jogos, sete como titular.
— A principal característica positiva do Diogo Barbosa está na fase ofensiva do jogo. Ele sabe apoiar, tem velocidade e chegada à área, pode até fazer um papel de meia em uma segunda linha de quatro. Muito se fala que defensivamente ele não evoluiu tanto, mas no Cruzeiro ele foi titular e campeão jogando bem defensivamente. Vai exigir um pouco mais de cobertura do volante que joga pelo lado esquerdo, mas é uma alternativa interessante entre Cortez e Guedes. Apesar de já ter 28 anos, também tem evoluído fisicamente e, para os embates como defensor, a força física é muito importante — avalia Ana Thaís Matos, comentarista do SporTV.
Ficha técnica de Diogo Barbosa:
2010: Vasco — 5 jogos
2011/2012: Sport — 6 jogos
2013: Guarani — 15 jogos
2013/2014: Coritiba — 31 jogos
2014: Atlético-GO — 11 jogos
2015: Goiás — 28 jogos
2016: Botafogo — 45 jogos
2017: Cruzeiro — 59 jogos
2018/2020: Palmeiras — 100 jogos
*Números consultados no site Soccerway