Antes de a bola rolar, o favoritismo do Grêmio era inegável. Porém, ao longo da história, o Estádio Centenário já se mostrou traiçoeiro: as vitórias do Caxias de Tite, em 2000, ou os 3 a 0 sobre a equipe de Mano Menezes, em 2007, estão aí para provar que surpresas podem acontecer na Serra. Mas a noite desta quarta-feira (26) não registrou nenhum ponto fora da curva.
Mesmo fora de casa, o Tricolor venceu por 2 a 0 e encaminhou a conquista do tricampeonato gaúcho no jogo de ida da final. Confira cinco motivos que ajudam a explicar a vantagem construída pelos comandados de Renato Portaluppi:
Controle da bola
Em grande parte do jogo, o Grêmio soube controlar o meio-campo. O gol cedo, anotado logo aos oito minutos por Pepê, contribui para que o time baixasse a guarda, trocando passes de maneira paciente, ditando o ritmo da partida e fazendo o tempo passar. Em alguns minutos, a equipe chegou a passar a impressão de relaxamento, mas ainda assim encerrou a noite com 63% de posse de bola.
Acerto do VAR
No início do segundo tempo, o Caxias tentou reagir e passou a agredir a defesa gremista. O cenário poderia ter mudado completamente aos 15 minutos, quando o lateral-direito Ivan viu sua cobrança de falta passar por cima de Vanderlei e encontrar as redes tricolores. O árbitro Jean Pierre Lima iria validar o empate, mas foi comunicado pelo VAR que Bruno Ré estava em posição irregular e que participou da jogada. O Grêmio estava salvo e seguia à frente do placar.
Qualidade técnica
A diferença no poderio econômico de cada clube se refletia já nas escalações mandadas a campo. Lendo nome por nome, era impossível não apontar a superioridade técnica do Grêmio. A distância seguiu quando os treinadores precisaram acionar o banco de reservas. Enquanto o Caxias promoveu a estreia do atacante Marcelo Campanholo, contratado junto ao Desportivo Brasil, o Tricolor mandou a campo Everton e Robinho, jogadores trazidos de São Paulo e Cruzeiro recentemente. O primeiro deles, ao entrar na vaga do lesionado Pepê, anotou o golaço que ampliou o marcador aos 32 minutos.
Ritmo de jogo
Outro ponto que pesou contra o time da casa foi o fato de ter passado muito tempo sem uma partida oficial. Mesmo que reclame da maratona de jogos, Renato tem seus atletas muito bem condicionados fisicamente, atuando duas vezes por semana. Já o clube grená, ao não conseguir passar para a fase de mata-mata do segundo turno, disputou sua última partida há praticamente um mês — no dia 29 de julho. Isso se refletiu na falta de ritmo.
Reforço defensivo
Mesmo em seus melhores momentos na partida, o Caxias conseguiu chegar à meta de Vanderlei por meio da bola parada ou de finalizações de longa distância. Por isso, para segurar a larga vantagem construída fora de casa, Renato reforçou seu sistema defensivo, formando um trio de zagueiros a partir da entrada de Paulo Miranda. Na frente, o jogador mais ofensivo era Thiago Neves. No próximo domingo, o Tricolor pode perder até por um gol de diferença na Arena que, mesmo assim, confirmará o título gaúcho.