Apesar da ameaça do Cruzeiro em tentar barrar Robinho no Grêmio, há pouco para temer. De acordo com especialistas jurídicos procurados por GaúchaZH, o Tricolor poderá ter o meia sem grandes preocupações nos Tribunais. Porém, a manobra mineira poderá se arrastar por algumas temporadas, mas é exclusiva entre clube e jogador.
No entendimento do jurídico gremista, o clube não tem ligação com o processo. Segundo o diretor do departamento, Nestor Hein, apenas em caso de reativação do vínculo antigo o atleta deverá retornar a Belo Horizonte.
— O problema é entre Robinho e Cruzeiro, o Grêmio não é parte no processo. Não podemos interferir em uma ação proposta pelo Robinho contra o Cruzeiro. Se a Justiça determinar a reintegração, aí o Robinho vai ter de se reapresentar — explicou Hein.
Na mesma linha argumenta Décio Nehus, advogado do Sindicato dos Atletas Profissionais do Rio Grande do Sul. Para o especialista, o Cruzeiro deve para o jogador, que buscou os seus direitos na Justiça do Trabalho. Desta forma, o time de Minas Gerais apenas tenta "assustar" o estafe do meia:
— As chances são remotas de voltar pro Cruzeiro — avalia Nehus.
— A única forma tê-lo de volta é através de recursos na própria Justiça do Trabalho. Na realidade, a Justiça liberou o jogador, e ele fica livre para se transferir. O Grêmio o contratou enquanto estava livre. Não existe maneira de ser responsabilidade — complementa.
Posição semelhante tem outro especialista na área, Marcelo Amoretty. Para o advogado, o Tricolor apenas poderá se envolver de "maneira solidária". Pelo desgaste entre atleta e ex-clube, o retorno está descartado:
— Desfazer o contrato com o Grêmio é praticamente impossível. Pode levar alguns anos até a solução do imbróglio entre as partes.