O Grêmio foi um dos quatro clubes da Série A que não assinaram um manifesto publicado nesta quinta (16) sobre o futuro dos direitos de transmissão no Brasil. O documento, chancelado por 16 agremiações, reivindica que o poder de comercializar as partidas seja apenas do time mandante. O presidente gremista Romildo Bolzan Júnior entende que é necessário haver um maior debate sobre o tema.
"Neste momento inicial, o que mais temos de ter é cautela, informação e a busca por conceitos de regulação, estruturação do futebol e a distribuição mais igualitária do financiamento do futebol, com o objetivo de nivelar a competitividade. Com isso, o Grêmio não assinará o manifesto, porque entende que seria melhor aprofundar todas essas questões, e um apoio ocasional não proporciona um debate completo", disse Romildo, em nota enviada através da assessoria de imprensa do clube.
Além do Grêmio, não assinaram o manifesto o Fluminense, o Botafogo e o São Paulo. O documento, que tem o Inter como um dos signatários, defende a “democratização das transmissões de futebol”, com a transformação da Medida Provisória 984, publicada pelo presidente Jair Bolsonaro.
"O Grêmio está aprofundando internamente o debate sobre o assunto e formará posição estratégica de toda a regulação do futebol. Este é apenas um tema. Vamos nos preparar para o que vem pela frente, sejam as mídias, os produtos em geral, a estratégia de negociação e principalmente a identificação de compradores e valores que esses negócios possam gerar", completa Romildo.
Como a MP está em vigor, atualmente os clubes mandantes são os únicos responsáveis pela comercialização dos direitos de transmissão, sem necessidade da anuência do adversário. No entanto, a medida só terá caráter definitivo se houver aprovação no Congresso Nacional. Caso contrário, os jogos só poderão ser transmitidos mediante a autorização dos dois clubes envolvidos.