
Com as conquistas da Libertadores e do Mundial de Clubes, até então inéditas para o futebol gaúcho, o Grêmio levou o seu torcedor às alturas em 1983. Mas, antes disso, conquistou o Campeonato Brasileiro de 1981, batendo o São Paulo na final. Atendendo ao desejo dos gremistas que elegeram este jogo para relembrar no especial "Saudade do Esporte", o programa "Cardápio de Domingo", da Rádio Gaúcha, ouviu o ponteiro-esquerdo Odair, que recordou detalhes daquele título que começava a pintar a década de azul, preto e branco.
— Foi um título memorável, principalmente por ser a primeira grande conquista do Grêmio em termos nacionais. Eu considero um dos principais títulos do clube, porque abriu o caminho para as outras conquistas. Depois, em 1982, fomos vice-campeões contra o Flamengo, o que nos levou para a Libertadores e o Mundial. Então, o que abriu mesmo os caminhos foi o título de 1981 — disse ele.
Assim como os laterais Paulo Roberto e Casemiro, Odair era apenas um dos atletas revelados no Estádio Olímpico que formavam aquele time. Na entrevista deste domingo, o gaúcho de Aratiba lembrou da maneira que o time foi sendo montado no decorrer do campeonato.
— Era uma mescla de jogadores experientes, como o Leão (goleiro), e a gurizada que entrou na equipe em virtude de um jogo contra o Brasília. Perdemos dentro do Olímpico e, no dia seguinte, teve reunião com o presidente Hélio Dourado. Ele colocou que, quem não quisesse vestir mais a camisa do Grêmio, que saísse do vestiário. Então, o Ênio Andrade fez essas mudanças, mesclando juventude com experiência e as coisas começaram a andar — contou.
Na casamata, havia Ênio Andrade. Depois de ter sido campeão brasileiro com o rival Inter, o treinador levou o Grêmio à mesma conquista. Sobre ele, Odair não poupou elogios.
— Eu considerava ele um pai. Quando íamos jogar fora de casa, ele tirava um atacante e botava mais um meia. Como havíamos ganho o primeiro jogo do São Paulo, no Olímpico, treinamos no dia seguinte com o Renato Sá, para fechar o time. Fomos para São Paulo e, quando estávamos no ônibus, indo para o Morumbi, eu estava sozinho no banco e o Ênio sentou ao meu lado. Ele nunca fazia isso. Ele me perguntou se eu queria jogar e eu disse: "Óbvio! Não quero ficar de fora de uma final". Então, ele me disse que eu ia jogar. Até meus colegas ficaram surpresos. Pouca gente sabe disso — revelou ele.