Depois da má impressão deixada na final do primeiro turno, o Grêmio venceu o Juventude com folga pela abertura do returno do Gauchão. E foi justamente esta a referência feita pelo técnico Renato Portaluppi, que viu uma mudança na postura de sua equipe para alcançar um resultado diferente neste sábado (29).
— Hoje (sábado) o Grêmio teve uma atitude diferente a do jogo contra o Caxias. Construímos o placar no primeiro tempo. No mais, deu para o gasto. Tivemos muitas oportunidades, o placar poderia ter sido até maior, mas 3 a 0 dá tranquilidade para a estrear na Libertadores — analisou o treinador.
Às vésperas da viagem para a Colômbia, onde enfrentará o América de Cali na próxima terça-feira, o Tricolor mandou a campo uma equipe mista. Assim, alguns reservas tiveram a oportunidade de mostrar serviço ao comandante.
— Procuro dar oportunidade para todo mundo e quem se escala é o jogador. Coloquei alguns jogadores que foram bem, mas ainda estão longe do que podem apresentar devido à falta de ritmo de jogo. Além do mais, um horário diferente, um forte calor, então fica difícil. A equipe estava modificada e não tinha o entrosamento ideal. Mas, independentemente do resultado e do adversário, as oportunidades estão sendo dadas. Temos duas competições, tem espaço para todo mundo. O jogador tem que entrar e mostrar — comentou Renato.
Um dos jogadores que aproveitou a chance foi Pepê. Além de marcar o gol que abriu o marcador, o atacante sofreu pênalti na segunda etapa. Entretanto, Alisson não conseguiu colocar a bola no fundo das redes. Sobre este lance, Renato fez uma revelação.
— Eu tinha pedido para o Thiago (Neves) bater. Mas ele falou que ainda não se encontra na melhor parte técnica dele. O Alisson olhou para mim, pediu para bater e eu deixei. O que falo para eles é que decido na prelação, mas o jogador pode não estar bem no momento do jogo, então deixo para eles decidirem. Ele (Alisson) se sentiu confiante. Não gosto que bata sempre o mesmo jogador. No momento que vai trocando o batedor, vão aumentando as dificuldades para o goleiro adversário. O Alisson não estava mal na partida. Estava calor e ele se entrega bastante, mas faz parte errar — concluiu.
Confira outros trechos da entrevista de Renato:
Sobre Pepê
"É um jogador que cresceu muito no profissional do Grêmio. Vem nos ajudando muito, merecidamente foi convocado para a seleção. Então, é mais um garoto criado aqui no Grêmio. Demos uma lapidada boa nele e pode crescer ainda mais. Não consideramos ele nem reserva ou titular. Sempre que precisamos dele, está ai. Importante é ter esse tipo de jogador."
Sobre Thiago Neves
"Ele não foi mal no jogo. Dou uma nota 7 para ele no jogo, mas ele tem muito a evoluir. Ele está praticamente a quatro meses sem jogar desde o início da partida. Então, precisa de ritmo de jogo. Contamos bastante com ele, tenho certeza que vai acrescentar bastante à equipe porque é um dos poucos meias que jogam como eu gosto. No momento que engrenar, vai ser muito útil para a gente."
Nível da atuação
"Tenho visto quase que todos os jogos no Brasil e, mesmo o Flamengo, com toda aquela força, não está jogando tudo que sabe. Nós também não. A maioria dos clubes está longe do seu futebol. Tratando-se de início de temporada, as equipes não estão 100% na parte física."
Homenagem a Valdir Espinosa
"Eu, particularmente, fico até sem palavras. Todo mundo sabe o quanto admiro ele, o quanto é importante para mim. Ele que me descobriu, me trouxe para o Grêmio. Pedi permissão para o presidente para vir com essa camisa. Falei com ele (Espinosa) antes de ser internado para fazer o procedimento. A vida é assim. Do nada, você não fala mais com a pessoa. É muito difícil. Espero que vocês entendam, mas eu nem gostaria de falar muito sobre isso. Sei que enquanto ele esteve vivo, procurei ajudá-lo da mesma forma que ele me ajudou."