Valdir Atahualpa Ramires Espinosa, 72 anos, morreu nesta quinta-feira (27), no Rio de Janeiro. O ex-técnico foi vítima de complicações de uma cirurgia no intestino, realizada há 10 dias, e voltou a ser internado no dia 20 de fevereiro. O velório, aberto ao público, ocorre das 15h às 22h desta quinta, no Salão Nobre de General Severiano, na sede do Botafogo. O sepultamento está marcado para as 10h desta sexta-feira (28), no Memorial do Rio.
Ex-jogador do Grêmio, Espinosa entrou para a história do clube ao ser o técnico que conquistou a Libertadores e o Mundial de Clubes de 1983. Atualmente, desempenhava as funções de gerente de futebol do Botafogo. A última passagem pelo Grêmio foi entre 2016 e 2017, como coordenador técnico.
— Hoje o dia amanheceu mais triste. Perdi meu segundo pai, meu irmão mais velho, meu exemplo, meu grande e fraterno amigo. Foi pelas suas mãos que cheguei ao Grêmio e consegui dar para a minha família tudo que sempre quis. Vai ser difícil superar mais essa perda, mas temos de seguir em frente. E tenho certeza que ele sempre estará nos olhando, cuidando e guiando. Vai com Deus meu grande amigo — disse Renato Portaluppi, por meio de sua assessoria de imprensa.
História no Tricolor
Nos anos 1980, foi responsável por indicar a contratação de Renato Portaluppi ao Grêmio. Em um treino do Esportivo em Bento Gonçalves, o então jogador veterano Espinosa enfrentou um garoto muito habilidoso pela lateral do campo. Anos depois, já como técnico, deixou o Esportivo para assumir o comando do Tricolor e lembrou de Renato, camisa 7 que havia vencido todos os embates contra ele naquela atividade na Serra. Começava, assim, em 1981, a trajetória de Portaluppi no Grêmio.
Entre 1983 e 1984, a dupla escreveu os maiores capítulos da história tricolor no futebol. A conquista da Libertadores e do Mundial deixou o nome de Espinosa e seus comandados nas páginas mais gloriosas da memória do Grêmio e seus torcedores.
Recentemente, Espinosa voltou ao clube para auxiliar Renato Portaluppi. Em 2016, era o coordenador técnico do elenco que encerrou a seca de 15 anos sem títulos vencendo a Copa do Brasil com autoridade técnica e um futebol que encantava.
Valdir Espinosa também trabalhou como treinador no Verdy Kawasaki, do Japão, Coritiba, Paraná, Portuguesa, Athletico-PR, Fortaleza, Ceará, Santa Cruz, Duque de Caxias, Metropolitano, Vasco e Fluminense, além de ter sido coordenador técnico em Grêmio, Esportivo e Botafogo.
Ele havia se despedido dos jogadores do Botafogo na sexta-feira antes da cirurgia, sem previsão para a volta. Jornalistas cariocas que cobriam a situação relatam que Espinosa fez o comunicado de maneira muito emotiva. O clube o liberara de suas funções até que ele estivesse 100% recuperado do procedimento.