Um velho conhecido reencontrará o Grêmio na noite desta quinta-feira (5), às 19h15min, na Arena. Adilson Batista teve papel fundamental como atleta, mas também na casamata do clube. O Capitão América, apelido concedido por levantar a taça do bicameponato da Libertadores, já colaborou para evitar o rebaixamento do Tricolor em 2003. Agora, passados 16 anos, tem uma missão semelhante no Cruzeiro.
Há uma diferença considerável entre as missões. No ano do centenário gremista, foram 19 rodadas para tentar evitar a queda para a Série B. Atualmente, já tendo treinado a equipe em uma partida, restam apenas duas rodadas para Adilson livrar o time mineiro de um inédito rebaixamento.
Porém, há ligação afetiva com o Cruzeiro. Em Minas Gerais, Adilson também acumula passagens como técnico e jogador. Como atleta, foram cinco temporadas, entre 1989 e 1993, além de outras três, de 2008 a 2010, como chefe da comissão técnica.
No caso do Grêmio, Adilson Batista pegou a equipe três pontos atrás do último clube fora da zona do rebaixamento. A primeira vitória foi obtida apenas após seis duelos. Depois de 17 rodadas, deixou a parte incômoda na tabela de classificação. O aproveitamento geral, em 2003, foi de sete vitórias, seis empates e seis derrotas. O jogo que confirmou a permanência na elite foi contra o Corinthians, no Olímpico, vencido por 3 a 0.
Um dos personagens daquela campanha de recuperação foi Gilberto. O ex-atleta, que posteriormente jogou no Cruzeiro, entende que a missão atual é mais complexa.
— A gente tinha um lastro maior de recuperação. A situação não era boa, mas ele teve tempo para implementar o trabalho dele. No Cruzeiro, ele quase não vai ter tempo para implementar nada. Vai ter que ser incentivador, motivador, mais psicólogo do que um treinador. Eu acredito muito no trabalho do Adilson. Vou torcer para que ele consiga — avaliou o ex-lateral.
Adilson ainda seguiu no Grêmio por alguns meses de 2004. Acabou saindo do clube, que foi rebaixado na sequência, mas é figura constante em festividades e sempre é lembrado para um dia retornar como técnico, fato que ainda não se repetiu. Desde então, ainda livrou Paysandu e Figueirense do descenso. Passou por outros times, como Corinthians, Santos, São Paulo.
Para ser confirmado um eventual rebaixamento do Cruzeiro na Arena, o Ceará tem que pontuar na noite desta quarta-feira, diante do Corinthians. Em caso de vitória nordestina, um empate já deixa o time celeste na Série B. Em caso de empate entre cearenses e paulistas, o Grêmio terá que vencer o confronto.