O Grêmio não só venceu o Gre-Nal por 2 a 0, como foi amplamente superior ao seu tradicional rival.
O Inter vive seu próprio momento de turbulência e suas fragilidades internas, mas o fato de não ter imposto riscos em nenhum momento da partida envolve também méritos da equipe gremista.
Por isso, GaúchaZH apresenta os cinco pontos que foram determinantes para a vitória tricolor no clássico, que valeu pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro.
1) Controle da bola
Uma das explicações para o sucesso tricolor — não apenas no clássico, mas em praticamente todos os seus jogos — é o controle da bola. E, neste domingo (3), foi exatamente isso o que aconteceu: o Grêmio terminou a partida com 56% de posse. Graças a seus volantes construtores, o time de Renato Portaluppi conseguiu garantir superioridade sobre seu adversário e imprimiu seu modelo propositivo de jogo. O jovem Matheus Henrique, por exemplo, foi o atleta que mais acertou passes (66) e mais teve a posse da bola (13,08% do jogo).
2) Busca pelo gol
Posse de bola improdutiva. Uma crítica que muitas vezes se faz ao Grêmio não cabe para a atuação no clássico 422. Além de ter a bola sob seu domínio, o Tricolor também foi agressivo. Ao todo, foram 20 chutes em direção à meta colorada — nove acertaram o alvo. Curiosamente, o jogador que mais finalizou não foi responsável por nenhum dos gols da vitória gremista: Everton chutou a bola sete vezes contra os goleiros Marcelo Lomba e Danilo Fernandes. Uma das finalizações acertou apenas a trave no início do segundo tempo. Não se pode alegar falta de tentativas.
3) Ataque de mobilidade
Por mais que Renato goste de um centroavante de referência, a equipe passou a jogar melhor desde que André foi para o banco de reservas. Com Luciano, o Grêmio passou a ter um atacante de maior movimentação na frente, que confunde a marcação adversária por não permanecer parado na área. Em inúmeros momentos da partida, ele ainda inverte o posicionamento com Diego Tardelli — que passou a executar a função de Luan e Jean Pyerre, ambos fora por lesões.
4) Solidez defensiva
Embora a escalação de Rafael Galhardo tenha sofrido contestações, a defesa do Grêmio não sofreu no Gre-Nal. Apenas com pequenas intervenções ao longo do jogo, o goleiro Paulo Victor foi um mero espectador. Além disso, o goleador do Inter na temporada, Paolo Guerrero, foi presa fácil para a dupla de zagueiros Geromel e Kannemann. O peruano não conseguiu uma única finalização e passou em branco. Em três clássicos disputados neste ano, Guerrero não fez nenhum gol.
5) Cabeça fria
Um Gre-Nal se caracteriza pela tensão, pelas disputas físicas e, principalmente, pelas provocações. Desta vez, os jogadores gremistas conseguiram se manter de cabeça fria na maior parte do jogo. Os gremistas não caíram em provocações ou revidaram entradas mais duras. Houve, inclusive, dois momentos em que o clássico poderia ter descambado para a confusão. Primeiro, na expulsão do goleiro Marcelo Lomba, que agrediu Luciano com um carrinho alto. Depois, já no final do jogo, quando D'Alessandro acertou carrinho por trás em Léo Moura. Nada tirou a tranquilidade tricolor.