Às vésperas de mais um confronto entre Grêmio e Flamengo que promete muitas emoções, GaúchaZH consultou ex-jogadores do Tricolor que brilharam diante da equipe carioca. Em 1984, também pela Libertadores, foi a vez do meia Osvaldo marcar seu nome na história.
— Acho que foi um dos jogos mais gostosos que fiz. Relembro muito bem os gols que marquei, fiz um de cabeça e outro no rebote de um chute do Renato. O Flamengo era o favorito na época, mas nós fomos ao jogo com o intuito de buscar a vitória — descreve ele, como se estivesse fazendo um relato sobre o presente.
Campeão da Libertadores e do Mundial em 1983, Osvaldo foi um dos remanescentes do elenco gremista para a temporada seguinte. Como era detentor do título, o Tricolor entrou direto na fase semifinal. Na ocasião, eram formados dois grupos com três componentes em que o primeiro colocado passava à final. Além dos dois brasileiros, o venezuelano Universidad de Los Andes fechava o Grupo B.
Os flamenguistas, então treinados por Zagallo, tinham perdido o craque Zico, vendido à Udinese. Assim, a camisa 10 foi herdada por Tita, que havia sido campeão da América com o próprio Grêmio no ano anterior.
— O time do Flamengo era bom, bem acoplado dentro de campo, bem dirigido, mas o Grêmio já tinha uma bagagem. Vários jogadores que estavam no elenco permaneceram para disputar o bicampeonato — recorda Osvaldo.
Do lado tricolor, a base de time estava mantida. Uma das maiores mudanças, no entanto, estava no banco de reservas: Carlos Froner substituía o técnico Valdir Espinosa. O confronto foi válido pela primeira rodada e, desfrutando do fator local, o Grêmio patrolou o time carioca: 5 a 1. Osvaldo abriu o marcador logo com cinco minutos de jogo. Aos 11, Tita empatou. Mas Caio, Osvaldo de novo, Renato e Tarciso construíram a larga vantagem no Estádio Olímpico.
— Era basicamente a mesma equipe. Alguns jogadores, como o Luís Carlos Martins, já estavam no elenco no ano anterior e passaram a ter mais oportunidades. Todos já tinham o conhecimento sobre a maneira como o time jogava. O "seu" Carlos Froner tinha muito respeito e precisou fazer pequenas reformulações, mas nós tínhamos o entrosamento dentro de campo e ele conseguia colocar o que pensava. Nos passou um pouco mais de experiência — comenta o meia.
Com seis pontos ganhos, o Grêmio se classificaria em primeiro na chave e avançaria para a decisão do torneio, contra o Independiente. Contudo, a taça ficaria com os argentinos. Desta vez, Osvaldo espera um final feliz. A começar pelo confronto da próxima quarta-feira (2).
— Os dois times são muito bons, estão se destacando. Mas como o primeiro jogo é na Arena, espero que o Grêmio faça o resultado. Não deixe para decidir no Maracanã — sentencia ele.