Um dia depois de reverter uma desvantagem contra o Palmeiras na Libertadores e avançar às semifinais do torneio continental, o Grêmio deve ter acompanhado a partida que definiria o seu rival, entre Inter e Flamengo. Como haviam construído a vantagem na ida, os cariocas procuraram se defender mais e buscar os contra-ataques para superar o time de Odair Hellmann no Beira-Rio. E a estratégia deu certo: 1 a 1 e novo duelo contra um gaúcho na competição sul-americana.
Caberá a Renato Portaluppi, junto de sua comissão técnica e analistas de desempenho, apurar o que fez a galática equipe do técnico português Jorge Jesus superar os colorados. E eles terão tempo para fazer isso. Os duelos das semifinais da Libertadores ocorrem apenas no mês que vem. A partida de ida, na Arena do Grêmio, está agendada para o dia 2 de outubro. A volta, apenas para 23 de outubro, no Maracanã.
Esse período de mais de 20 dias pode servir para o Tricolor recuperar especialmente uma peça que fez falta na eliminação da Copa do Brasil, contra o Athletico-PR: o volante Maicon, lesionado. Para o técnico Julinho Camargo, que comandou o Grêmio em 2011, o retorno desse atleta pode dar outra cara ao time de Renato.
— Contra o Athletico, o Grêmio sentiu muito a falta do Maicon e do Cebolinha. Acho que até mais do Maicon, que organiza o meio-campo do time. Isso prejudicou o coletivo da equipe, que não conseguiu ter o controle do jogo — salientou o treinador.
Para ajudar a entender o que o Grêmio pode tomar de lição da derrota colorada para o Flamengo, três técnicos apontaram os pontos de atenção que o time de Renato deve ter contra os cariocas. Além de Julinho Camargo, Lisca e Luiz Carlos Winck apontaram onde deve ser o foco de atenção gremista para superar o milionário time do Rio de Janeiro.
Lições:
Impor o seu modelo de jogo
Na eliminação contra o Athletico-PR, o Grêmio nitidamente não atuou da maneira que está acostumado. A equipe de Renato Portaluppi, que costuma ter mais posse de bola do que seus adversários, não conseguiu controlar as ações do jogo e viu os donos da casa serem superiores na Arena da Baixada. Por conta disso, Julinho Camargo ressalta a importância de o Tricolor atuar do jeito como está habituado para vencer o Flamengo:
— Nenhum treinador pensa em botar a equipe para trás quando se tem a vantagem. Muitas vezes o adversário te impõe isso. Mas o Grêmio tem plenas condições de ter êxito se conseguir impor o seu modelo de jogo.
Aproveitar o regulamento
A vantagem de 2 a 0 conquistada em Porto Alegre era boa. Ainda assim, o Grêmio foi superado pelo Athletico-PR e acabou fora da Copa do Brasil. Para que não aconteça o mesmo na Libertadores, diante do Flamengo, Lisca indica o caminho para a equipe de Renato Portaluppi:
— O regulamento é um detalhe importante para o Grêmio. O gol qualificado é algo que precisa ser levado em conta. Fica de lição o jogo do Inter, que não conseguiu fazer isso. Lá no Maracanã, não se pode deixar o Flamengo confortável. Tem que acreditar na vitória. Por isso, o Grêmio precisa fazer um jogo bom aqui, não tomar o gol e levar essa vantagem de deixar que eles joguem sempre preocupados em não levar gol.
Atenção aos principais jogadores
O Flamengo, adversário gremista nas semifinais da Libertadores, contratou reforços de peso para essa temporada. No início do ano, chegaram Gabigol, Bruno Henrique e Arrascaeta, por exemplo. Nesta janela, os laterais Rafinha e Filipe Luís, além do meia Gerson, se juntaram ao elenco. E foi com eles que o time do técnico português Jorge Jesus superou o Inter. Para tentar neutralizar essas peças, o técnico Luiz Carlos Winck indica que o Grêmio faça algo parecido com o que fez contra o Palmeiras no Pacaembu:
— O Grêmio teve essa experiência positiva contra o Palmeiras e precisa repetir o que fez de bom naquele jogo. Tem que encurtar os espaços, brigar o tempo todo e evitar que o Flamengo tenha espaço para jogar, que talvez tenha sido algo que o Inter não conseguiu fazer.