Depois de passar o mês de julho envolvido em três competições simultâneas, o Grêmio terá algo incomum para desfrutar: uma pequena folga no calendário. Com o adiamento do jogo contra a Chapecoense para a próxima segunda-feira (5), o técnico Renato Portaluppi poderá usar o fim de semana para decidir se alguns jogadores serão poupados e trabalhar esta equipe para entrar no gramado Arena. Depois deste compromisso, serão mais quatro dias dedicados apenas a treinamentos no CT Luiz Carvalho até encarar o Flamengo, no Rio de Janeiro, no outro sábado, novamente pelo Brasileirão.
O respiro na agenda tricolor se deve à transferência da partida contra o Athletico-PR, válida pela semifinal da Copa do Brasil. Atuais campeões da Copa Sul-Americana, os paranaenses precisaram da data para viajar ao Japão, onde irão disputar a Copa Suruga contra o Shonan Bellmare. Mas isso não quer dizer que o mês será de tranquilidade para o Grêmio. O horizonte logo apresenta uma sequência de decisões.
A situação não será necessariamente uma novidade na vida do clube. A comissão técnica pode, inclusive, tirar como lição o que viveu nas duas últimas temporadas, quando também dividiu atenções em mais de uma competição no mês de agosto. Em 2017, ano em que conquistou o tricampeonato da América, o Tricolor até eliminou o Godoy Cruz pelas oitavas de final da Libertadores, mas acabou caindo na Copa do Brasil, na semifinal, para o Cruzeiro, nos pênaltis. Foram quatro vitórias, um empate e três derrotas. Situação semelhante ocorreu em 2018, quando passou pelo Estudiantes no torneio continental, mas acabou sucumbindo diante do Flamengo pelas quartas do torneio nacional. Ao todo, foram quatro vitórias, dois empates e três derrotas.
— Um clube grande e competitivo, como é o caso do Grêmio, sempre está envolvido em múltiplas competições. Isso gera períodos de intensa sequência de jogos. Para quem analisa de fora, muitas vezes só transparece o desgaste das partidas. Porém, há outros elementos que contribuem para minar as reservas físicas dos atletas: as viagens e a falta de treinamento são dois exemplos desses fatores — comenta Odorico Roman, vice de futebol gremista em 2017.
Além disso, o Tricolor não pode perder o Brasileirão de vista. Mesmo que siga preservando titulares, o clube terá pela frente duelos com Chapecoense, Flamengo, Palmeiras e Athletico-PR. Atualmente, a equipe ocupa o 11º lugar na tabela do Brasileirão, com 16 pontos (a 13 do líder Santos e a cinco do quarto colocado Atlético-MG). Porém, como entrará em campo depois de todos seus adversários diretos nesta rodada, pode perder mais duas posições - caso sábado exista um vitorioso no clássico entre Ceará e Fortaleza e, no domingo, o Bahia não perca para o Flamengo, em Salvador. É bom ficar alerta. Embora o início do mês aparente águas calmas, o mar pode ficar revolto logo à frente.
— O caminho seguido pela Comissão Técnica sempre é de preservar ao máximo a condição dos atletas, com trabalhos regenerativos e carga de treinamentos adequada à intensidade do calendário. Porém, as experiências que eu vivi, me dão uma certeza: é melhor ter um calendário cheio de jogos decisivos do que a tranquilidade de quem não tem nada a almejar — complementa Roman.
Confira os jogos do Grêmio no mês de agosto:
5/8 (segunda-feira) - Chapecoense, em casa, pelo Brasileirão
10/8 (sábado) - Flamengo, fora, pelo Brasileirão
14/8 (quarta-feira) - Athletico-PR, em casa, pelas semifinais da Copa do Brasil
17/8 (sábado) - Palmeiras, em casa, pelo Brasileirão
21 ou 22/8 (quarta ou quinta) - Palmeiras, em casa, pelas quartas de Libertadores
24, 25 ou 26/8 (sábado, domingo ou segunda) - Athletico-PR, em casa, pelo Brasileirão
28 ou 29/8 (quarta ou quinta) - Palmeiras, fora, pelas quartas de Libertadores