Aos 28 anos, Kannemann estava perto de viver um dos seus maiores momentos na carreira, talvez o mais destacável dentre eles: disputar uma competição oficial com a seleção da Argentina. O zagueiro do Grêmio vinha sendo chamado com frequência por Lionel Scaloni e até poderia ser titular. No entanto, uma fratura na vértebra na partida contra o Corinthians o tirou da Copa América.
— Sempre tive o sonho de disputar este torneio. É um sonho de todo jogador. As coisas passam e temos de seguir em frente. A verdade é que eu não tinha muita expectativa em jogar pela seleção quando comecei a carreira. Fui convocado para alguns amistosos e ser chamado para a Copa América era um sonho, mas me lesionei. O futebol é assim. Quando estive na seleção, me senti muito bem e tranquilo. Hoje sou um torcedor a mais e tentarei desfrutar a Copa América, que será disputada aqui no Brasil — afirmou em entrevista à ESPN da Argentina.
Kannemann revelou que conversou com Scaloni momentos antes da convocação. O argentino disse que já estava em tratamento e que poderia se recuperar na segunda ou terceira rodada do torneio de seleções, mas que seria um risco para o treinador.
— Tive uma conversa sincera e normal com ele, como tem de ser. Disse que poderia estar à disposição na segunda ou terceira partida, mas que seria difícil para ele convocar um jogador que não estaria sempre presente. É triste para mim, mas eu entendi — comentou.
O defensor revelou que sofreu a lesão ainda no primeiro tempo da partida que terminou empatada em zero a zero com o Corinthians, fora de casa. Nem o próprio jogador acreditava que o caso era grave, tanto é que seguiu em campo durante os 90 minutos. O diagnóstico veio dias depois, quando teve de conviver com dores nos treinamentos.
— Me machuquei ainda no primeiro tempo, mas consegui terminar o jogo. Tive um pouco de esperança, mas eu sabia que aquela dor não era normal. Treinei por mais dois ou três dias e depois não consegui mais. Fiz os exames e a fratura foi confirmada. Eu comuniquei os médicos da seleção e eles tomaram a decisão de não me chamar (...) Foi um choque. Não foi uma lesão muscular e não pensei em me preservar. Não sei se adiantaria alguma coisa pedir para ser substituído (contra o Corinthians), não sei se mudaria algo — revelou.