Há pouco mais de dois meses, o Grêmio batia o martelo sobre a venda de Tetê. Na próxima quarta-feira (15), o menino de 19 anos, que rendeu 10 milhões de euros aos cofres tricolores, pode conquistar seu primeiro título como profissional. Basta que o Shakhtar Donetsk vença o Inhulets na final da Copa da Ucrânia. Além disso, faltando cinco rodadas para o fim do campeonato de pontos corridos, seu time lidera com nove pontos, à frente do Dínamo de Kiev, que é o segundo colocado. Diante deste turbilhão de mudanças em sua vida, ele atendeu a reportagem de GaúchaZH:
Como está a vida na Ucrânia? Já está adaptado ao frio e à rotina do clube?
Já estou bem adaptado ao clube, sim. Os jogadores brasileiros me acolheram muito bem, e isso é muito importante para o meu crescimento e desenvolvimento. Sobre o frio, é tranquilo, eu gosto. Porto Alegre já é bem frio. Então, aqui está sendo bem tranquilo para mim.
Historicamente, o Shaktar contrata muitos brasileiros. Como é a sua relação com eles, tem algum que você tenha uma relação melhor?
Sim, tem bastantes brasileiros aqui. A gente conversa entre todos. Tem o Alan Patrick, o Taison, o Morais. Esses são os que eu troco mais ideia. Mas todos são amigos. Esse é o diferencial do grupo.
Um jogador que fez exatamente o mesmo trajeto que você foi o Douglas Costa: saiu do Grêmio muito jovem para o Shakhtar. Chegou a conversar com ele?
Antes de eu chegar aqui, nós conversamos. Ele me passou todas informações do clube, me disse que era um excelente clube para a evolução do atleta. A gente conversou também sobre o estilo de jogo, como era o futebol na Europa, e essa conversa foi muito importante. Tudo o que ele me falou, guardei e tenho colocado em prática.
Você vinha sendo convocado para as categorias de base da seleção. Não teme se esconder aí na Ucrânia?
Não tenho medo nenhum. Tenho certeza da minha capacidade. Sei onde quero chegar e tenho certeza de que dei um passo importante para minha vida e minha carreira. Quanto à seleção, o Marquinhos (Cipriano, ex-São Paulo) foi convocado para o Sul-Americano (Sub-20) estando aqui no Shakhtar. Então, não tem nada a ver estar na Ucrânia ou no Brasil. O importante é mostrar dentro de campo que as coisas vão acontecer.
Você mantém contato com algum jogador do Grêmio ainda?
Mantenho contato com o Jean (Pyerre), um pouco com o Phelipe (Megiolaro) também. Por conta do horário, aqui é seis horas à frente do Brasil, dificulta um pouco. Mas agora, quando eu chegar ao Brasil (férias em junho), vamos nos encontrar, conversar e botar o papo em dia.
A torcida gremista criou uma expectativa de ter ver nos profissionais. Algum torcedor chegou a te cobrar pessoalmente ou por redes sociais por você ter saído do Grêmio?
Sempre tem uns críticos que vivem atrás de Instagram e Facebook para criticar a vida dos atletas. Não só a minha. Muitos torcedores não sabem o que acontece nos bastidores e acabam falando o que sai na mídia. O importante é que eu, minha família e meu empresário sabemos da realidade, do que aconteceu. Então, estamos bem tranquilos quanto a isso.
Você faz planos de um dia quem sabe voltar ao Grêmio, para aí sim jogar nos profissionais?Quem cuida desta parte para mim é o meu empresario. Eu só me preocupo em jogar. Então, quando eu tiver mais idade e pensar em voltar para o Brasil, deixo para ele escolher o melhor caminho para eu seguir.