O presidente Romildo Bolzan Júnior circulou pela concentração do Grêmio, na manhã desta quinta-feira (4), e conversou com diversos conselheiros e torcedores do clube, que acompanham a delegação em Santiago. Por volta das 12h, no saguão do Hotel Intercontinental, ele concedeu entrevista ao programa Esportes ao Meio-Dia, da Rádio Gaúcha, e falou sobre o que espera da partida contra a Universidad Católica.
— Não tenho dúvidas de que o jogo se reveste de uma importância fora do normal, mesmo sendo um jogo de fase classificatória. É um jogo que decide, que resolve. O mais importante é que todos têm consciência disso, não é algo despercebido. Se nós não quisermos complicar nossa vida, precisamos fazer um resultado que nos deixe vivos. São duas situações: o empate nos deixa vivos, sim. Mas vamos ter de buscar. A vitória nos deixa em condições de decidir tudo em casa, de maneira bem mais tranquila, fácil, e talvez sem a necessidade de vencer as três partidas restantes. Esse é um jogo de encruzilhada, não resta a menor dúvida, ele é encarado como extremamente decisivo — disse ele, acomodado em um confortável sofá.
Para Romildo, o Grêmio não repetirá a fraca atuação da derrota contra o Libertad, sobre hipótese alguma.
— O primeiro jogo (Rosario Central) se o Grêmio tivesse vencido, não teria nada de errado. Agora, quanto ao segundo (Libertad), será impossível fazer tão pior do que foi feito naquele dia e isto também é uma consciência de todos. Se o Grêmio jogar uma bola normal, tranquila, fazer o que sabe fazer, ter a posse de bola, saber a hora de colocar na área, de fazer as triangulações, a troca de passes, as penetrações, virar o jogo, todo esse processo que o Grêmio sabe fazer muito bem, eu não vejo risco no jogo que não seja um resultado que nos deixe vivos. Vencer é um plus. Mas eu acho que o Grêmio tem todas as condições, hoje, aqui, porque pior do que foi contra o Libertad não tem jeito.
Sobre o clima de guerra que aguarda o Grêmio, de acordo com o zagueiro Kuscevic, da Católica, o mandatário tricolor afirmou ter percebido uma angústia nos dirigentes da equipe chilena, que jamais venceram a Libertadores.
— A gente teve contato com os dirigentes da Católica, um jantar à noite passada e esse é o ambiente deles. Estão disputando e querem chegar, fazer uma boa trajetória na Libertadores. Primeiro porque nunca foram campeões e eles têm uma angústia sobre isso, é nítido. Eu creio que nós vamos ter um jogo extremamente difícil. Mas também acho que eles vivem um grande momento e essa manifestação do zagueiro deles é fruto disso. De certa forma, também nos ajuda um pouquinho. Deixa eles pensarem porque em matéria de guerra e de imortalidade, o Grêmio é insuperável.
Romildo Bolzan acredita que o adversário tentará tomar a inciativa, aproveitando o fator local.
— Eu acho que o jogo vai ter a iniciativa deles (Católica), exatamente por conta disso. Eles têm a necessidade da vitória, querem consolidar e confirmar sua classificação e esta situação traduz bem este espírito de guerra, que eles estão colocando, de vontade de vencer. Eu acho que a iniciativa do jogo é deles.
Questionado sobre as alternativas que Renato tem para definir o chamado extrema pela direita, o presidente gremista não quis opinar sobre quem deve atuar, mas ressaltou a quantidade de opções à disposição do treinador:
— Ainda não cheguei a assumir o posto do Renato, nem quero. Ele até me deu o apito várias vezes, mas eu não quis. Isso é coisa com o Renato. Mas ele tem muito bem a noção do que deve ser feito e nunca o Grêmio teve tantas opções pra jogar. Ele tem opções de dois extremas (Alisson e Marinho), pode fechar o meio (Thaciano, Montoya e Matheus Henrique), pode tornar o meio mais trocador de passes, mais agudo. Pelo menos nesses últimos tempos, o Grêmio nunca teve um elenco tão versátil.
Grêmio e Universidad Católica jogam nesta quinta-feira, às 19h, no Estádio San Carlos de Apoquindo. O jogo é válido pelo Grupo H da Libertadores, liderado pelo Libertad, com seis, seguido pela Católica, com três, e por Rosario Central e Grêmio, com um.