O Grêmio irá recorrer da decisão adotada sábado (3), pelo Tribunal de Disciplina da Conmebol, que aplicou multa de US$ 50 mil ao técnico Marcelo Gallardo, do River Plate, mas manteve o clube argentino como finalista da Libertadores. A direção, contudo, alerta aos torcedores que o recurso será apenas protocolar, sem qualquer expectativa de reversão da decisão.
— Não queremos dar nenhum tipo de esperança ao torcedor — afirma o advogado Leonardo Lamachia, um dos defensores do Grêmio no julgamento da sexta-feira (2).
O recurso será apresentado dentro de sete dias na Câmara de Apelação da Conmebol, cujos integrantes não são os mesmos que participaram do primeiro julgamento. O Grêmio pediu à entidade que encaminhe os fundamentos da decisão e enviará por e-mail os termos de sua contestação.
— A forma como tudo foi conduzido não nos dá nenhuma esperança de alteração — afirma Lamachia, para quem está criada a jurisprudência Gallardo, assim detalhada por ele: — Qualquer clube que tiver um integrante da equipe ou da comissão técnica ou dirigente disposto a sofrer a penalidade de suspensão e o clube tendo recurso para pagar a multa, vai descumprir as penas impostas. Esse é o recado que ficou.
Lamachia diz que seria leviano afirmar que a Conmebol dobrou-se a pressões políticas. Diz, contudo, ter ouvido rumores sobre interferência de Mauricio Macri, presidente da Argentina, para que a final fosse entre River Plate e Boca Juniors, o que o favoreceria politicamente em um momento de popularidade baixa. O advogado também cita que patrocinadores da Libertadores teriam se reunido sexta-feira na sede da entidade e pressionado pela realização do superclássico.
— Fizemos o que deveríamos fazer. Saímos maiores ainda. Combatemos o bom combate — entende Lamachia.