Se enfrentar um clube argentino nunca é bom, ao menos o Grêmio fugiu dos temidos Boca Juniors, Racing e River Plate nas oitavas de final. A direção gremista avalia o confronto com o Estudiantes como complicado, também pela tradição da equipe neste torneio.
Os jogos ocorrerão nas semanas dos dias 8 e 29 de agosto, com a primeira partida na Argentina e a volta na Arena. Se eliminar a equipe de La Plata, o time de Renato Portaluppi enfrentará o vencedor de Atlético Tucumán e Nacional-COL nas quartas de final.
— Em Libertadores, não tem jogo fácil. É só pedreira. O Estudiantes será um rival duro, que já conquistou quatro títulos. Argentino é sempre complicado, não podemos escolher adversário — avalia o diretor de futebol Alberto Guerra.
Um ponto que deixou a direção satisfeita foi a questão de logística. Afinal, o grupo não terá de enfrentar uma longa viagem para atuar fora de casa. O deslocamento a Buenos Aires, por avião, dura cerca de 1h30min.
Tempo que seria acrescido, no máximo, de uma hora de viagem terrestre entre o centro da capital argentina e a cidade de La Plata. O que facilitaria também o apoio maciço da torcida do Grêmio para o jogo de ida das oitavas de final.
— É um voo curto, o que, sem dúvidas, facilita nossa logística de viagem. Não só para a nossa delegação, mas também para o deslocamento do torcedor para a Argentina — avalia Alberto Guerra.
Quatro vezes campeão da Libertadores, o Estudiantes é mais lembrado pela torcida do Grêmio pela épica "batalha de La Plata", no triangular da semifinal da competição em 1983, no primeiro título conquistado pelo clube gaúcho. Naquela partida, o empate em 3 a 3 foi fundamental para que a equipe, que tinha Renato como seu principal destaque, pudesse avançar para a decisão contra o Peñarol, que valeu a primeira Libertadores ao Grêmio.
— Aquilo já passou, é história agora. Serve mais como uma referência do passado — entende o presidente Romildo Bolzan.
O executivo de futebol do Grêmio, André Zanotta, que foi o único representante do clube no sorteio em Assunção, lembrou, em entrevista à Fox Sports, que o adversário nas oitavas da Libertadores do ano passado também era argentino: o Godoy Cruz, de Mendoza.
—No ano passado também pegamos um argentino nas oitavas. Neste ano, era difícil fugir porque vários ficaram no pote dois. Será um confronto de duas equipes com muita tradição. O Grêmio sabe a dificuldade que vai encontrar — declarou Zanotta.