Na grande final da Recopa, nesta quarta-feira à noite, 21h45min, entre Grêmio e Independiente, todos os olhares da Arena estarão voltados a Luan. É sobre o Rei da América, eleito pelo jornal El País como o melhor do continente em 2017, que recai a expectativa da torcida para levantar mais uma taça de expressão.
Até porque o camisa 7 foi o protagonista de uma cena que não sai da cabeça dos gremistas. Na decisão da Libertadores no ano passado, na Argentina, aos 41 minutos do primeiro tempo, Luan foi lançado por Jailson e disparou até a área, desmontando a defesa do Lanús antes de encobrir o goleiro Andrada e comemorar um golaço histórico, digno de vinheta em programa de televisão.
Agora, Luan terá de superar outro clube argentino para levantar a taça da Recopa. No jogo de ida contra o Independiente, em Avellaneda, teve sucesso ao aproveitar falha da zaga para fazer um gol.
Nesta quarta, na grande decisão, terá a Arena lotada com ao menos 45 mil gremistas a seu favor. Uma experiência parecida com a que teve no penta da Copa do Brasil, em 2016, sobre o Atlético-MG. Naquela noite, ajudou o Grêmio a ganhar um título depois de 15 anos sem conquistas de expressão. Os dois títulos têm ligação íntima, já que o grupo manteve a base do time de um ano para o outro e, sobretudo, seguiu com Renato no comando.
— Confio no grupo, conheço cada um dos jogadores e que eles podem render — afirmou Renato.
Além de Renato, outro ex-camisa 7 do Grêmio acredita na técnica de Luan como diferencial na decisão contra o Independiente: Paulo Nunes. Em 1996, depois de conquistar a Libertadores no ano anterior, o goleador enfrentou o mesmo Independiente, em Kobe, no Japão, e ajudou o clube a ganhar seu primeiro título de Recopa. Agora, Nunes acredita que Luan repetirá o mesmo sucesso que ele teve há 22 anos.
— O Luan está vindo de um ano muito bom, está com confiança. E, assim, tende a crescer. Pela qualidade, capacidade de raciocínio e, principalmente, a visão de jogo que ele tem, é um cara que pode desequilibrar. O Renato sabe como tirar o melhor proveito da maneira que ele joga — observa Paulo Nunes.
O ex-atacante do Grêmio também aponta outro fator para o crescimento de Luan nas últimas temporadas: o posicionamento como meia-atacante.
— Ele precisa ter espaço e entrar na área. Com o Renato, o Luan mudou suas características. Não é mais atacante, é um jogador mais de meio, evoluiu muito nesta posição. O Grêmio tem grandes possibilidades, pela qualidade do Luan, de conseguir este título dentro de casa — completa o ex-atacante.
Colunista da Folha de S. Paulo, o ex-jogador Tostão, tricampeão mundial em 1970, diz que a responsabilidade de Luan contra o Independiente será maior pelas ausências de Ramiro, suspenso, e Arthur, lesionado. Mas também entende que o camisa 7 terá mais chances de brilhar na Recopa.
— Ele é o principal jogador do time, natural que todo mundo tenha expectativas sobre ele. Claro que Arthur e Ramiro fazem falta, o jogo coletivo do Grêmio passa muito por eles. Por isso, é a hora de o Luan crescer. O jogo fica mais difícil para ele, mas o Luan terá uma grande oportunidade para mostrar todas as qualidades que fizeram dele o melhor jogador da América — observa Tostão.