O imbróglio que virou a execução das obras viárias no entorno da Arena do Grêmio pode ter um desfecho nesta terça-feira (19). É quando ocorrerá uma reunião entre o Ministério Público (MP) e a Karagounis Participações, empresa que assume a obrigação da construtora OAS de realizar as obras de compensação pela construção do estádio, que foi inaugurado em dezembro de 2012.
O grande ponto que travava as negociações era a exigência do MP de que fosse executado todo o caderno de obras inicialmente previsto, que incluía melhorias na região por conta de um shopping, um hotel e um centro de eventos - que não serão mais construídos. Como o projeto da OAS para o local foi modificado e incluiu, além da Arena, somente a construção do condomínio residencial Liberdade, a negociação agora caminha para um acordo amigável entre as partes.
Assim, a Karagounis ficará responsável pela execução das obras de duplicação da avenida A.J. Renner, uma das principais vias de acesso ao estádio, a construção de um posto da Brigada Militar ao lado da Arena e uma estação de bombeamento de esgoto que vai servir aos bairros Farrapos e Humaitá, que promete estancar os problemas de enchentes na região.
Com o acordo entre Prefeitura, Karagounis e Ministério Público, a negociação da compra da gestão da Arena por parte do Grêmio pode avançar. Após a resolução do impasse das questões do entorno, restará o aceite do Banco do Brasil para que o negócio seja concretizado. A direção do clube, também pelo envolvimento com as finais da Libertadores e a disputa do Mundial, deixou a mesa de negociações. Mas monitora a situação à distância junto aos parceiros.
Com o acordo, a obrigação das obras do entorno da Arena deixará de fazer parte da Recuperação Judicial da OAS S/A, que corre no Tribunal de Justiça de São Paulo. Em contrapartida, a Karagounis, responsável pela construção do residencial Liberdade, poderá obter as licenças de habite-se para as torres do empreendimento. E, a partir da conclusão da venda da Arena, a Karagounis tomaria posse da área do Estádio Olímpico, que está em ruínas na Azenha, e, enfim, poderá explorá-la comercialmente.