Em participação nesta sexta-feira no programa Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, falou sobre os próximos passos do clube depois do tricampeonato da Libertadores. Segundo o dirigente, o clube, após a conquista do título, poderá atingir seu equilíbrio financeiro ao final da próxima temporada.
— Em 2015, nosso projeto de recuperação financeira atrasou um pouco pela classificação à Libertadores, que nunca abrimos mão mão de competir. Neste momento, o Grêmio tem condições de antecipar, pela valorização de seus ativos, sua sustentabilidade. Acho que chegaremos a isso no final de 2018, mas teremos que vender algum jogador — disse Bolzan.
O presidente também disse que não recebeu nenhuma proposta para vender jogadores. Depois da conquista sobre o Lanús, a imprensa paulista mencionou a possibilidade de o Palmeiras fazer proposta por Geromel, o que, segundo Bolzan, não se confirmou. Sobre o volante Arthur, que está na mira do Barcelona, também não há oferta oficial.
— Não chegou nada para a gente — resumiu o presidente.
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Logística para Abu Dhabi
Ainda temos reunião de organização disso. Repassar as passagens, itinerário. Na segunda-feira teremos o experimento de uniforme, os jogadores que vão estão definidos. Ainda vamos fazer avaliação final de logística e dos hotéis. Muitas dessas coisas foram tratadas com antecedência, mas com a devida descrição. Seria arrogância se a gente tratasse publicamente. A hospedagem será em Abu Dhabi, mas vamos jogar a semifinal em Al Ain.
Quando se deu conta do Tri?
Na defesa do Marcelo Grohe contra o Barcelona de Guayaquil. Foi uma coisa inimaginável, fantástica. Quem defende aquela bola e logo em seguida defende outra, aquela tipo Banks, aquilo dava uma dimensão de filme já rodado. Foi minha sensação.
Obsessão pela Libertadores
A primeira opção foi pela Copa do Brasil, que era caminho curto. Das oitavas em diante, oito jogos. E foi por mero detalhe. A segunda opção, que estava no imaginário dos jogadores, no inconsciente coletivo, era a Libertadores. Vários jogadores relataram isso, estava criado um ambiente.
Relação com a Conmebol
Ainda estou esperando um gesto da Conmebol de investigação profunda da arbitragem do primeiro jogo. Não vou me contentar com uma mera situação de erro humano e falha de equipamento. É pouco. Desde o primeiro momento foram muitos erros de avaliação. Se a Conmebol tem uma fase nova para viver, e acredito nisso, faria uma investigação mais apurada sobre estas falhas. Fiz essa colocação ao presidente, mas não tive resposta. Perguntei se teria mais um procedimento (de investigação). Estou a imaginar que pode ter sido só isso. Mas gostaria que a Conmebol desse uma satisfação para encerrar o caso. Meu pensamento é que tem muito mais coisas do que aquilo. Um dos documentos que entregamos para a Conmebol foi o pedido de cópia de áudio e vídeo do árbitro de vídeo. Aí a gente teria a exata noção do que foi comentado naquele momento, a auditagem é feita todo o jogo por áudio e por imagem. Se tivermos as imagens, vamos saber se foi equívoco ou erro técnico. Saber a forma do erro ou se foi sacanagem. Sou à favor pelo simples conceito de diagnosticar a falta de forma aberta. Se traz justiça e diagnóstico correto, sou à favor.
Atritos com o Lanús
Do Fair Play desportivo, o Grêmio ofertou todas as condições. Duas semanas antes do jogo aqui, fui recebido pelo governador e pelo secretário de segurança para saber a programação para garantir segurança dos jogadores, comissão técnica e torcida que estava vindo da Argentina. Antes de viajar, liguei para o cônsul da Argentina para saber o que tinha dado errado e a gente podia corrigir, ele me disse que uma situação de vidro quebrado atirado de um viaduto, não tinha acontecido mais nada. A janta oficial, sempre fizemos aqui. E eles mandaram três funcionários do clube. Eu iria, todos iriam. Tinha convidado o Daniel Torres para fazer show. Chegamos na Argentina, não teve janta e, na véspera do reconhecimento do gramado, estava sendo feito teste do árbitro de vídeo. Nosso horário era 16h no gramado e disseram que o teste ia até 16h30min. O reconhecimento é protocolo do jogo, um absurdo. Ainda vimos o árbitro argentino (Héctor Baldassi) que estava fora da escala. Não fomos comunicados que o árbitro de vídeo faria o teste naquele momento e ainda estava o presidente do Lanús na arquibancada com dois dirigentes. Que tu quer que eu imagine? Ficamos desconfortados com o tratamento recebido. Não é assim o fair play. Não tratamos eles desse jeito na Arena, porque fizeram isso conosco? No dia do jogo, como de praxe, a gente ingressa no gramado para cumprimentar o presidente da Conmebol e fui barrado. Quem estava controlando os acessos era a mesma mulher que estava com o presidente do Lanús e foi recebida por mim, no meu gabinete, quando nós demos entrevista na Arena. Ela impediu nossa entrada. Se não entrasse toda a direção, não entrava ninguém. É o tamanho do clube que determina essas coisas, não é um time de grandeza.
Destaques do título
O que me chama muito a atenção não é o jogador titular. O Léo Moura chegou aqui em final de carreira, assumiu posição importante, entrou pelas lesões do Edilson, absolutamente integrado, gaúcho por adoção, família adorando o Rio Grande do Sul. A gente olha para ele, cara limpa, pessoa afável, a experiência que tem é impressionante. O Bruno Rodrigo, pouco jogou, mas contribuiu pela sua experiência. Um jogador chega aqui e é recuperado, como o Bruno Cortez, o Michel, o próprio Fernandinho. Em um bom ambiente, os jogadores são capazes de produzir tudo aquilo que sempre produziram em outros lugares.
Candidatura ao Senado?
Já comuniquei ao partido (PDT) que não vou concorrer. Não sou daqueles que montam no cavalo em uma situação e dali em frente esquece o passado. Fiz política, faço política e faço porque gosto. Tenho vínculos com alinhamento político. Tenho orgulho de ter feito e de fazer. Mas momentos são momentos, não vou usar o clube para fazer candidatura. Talvez voltarei a fazer no momento em que terminar meu mandato no Grêmio. Se tiver que disputar candidatura, a que eu gostaria é de disputar é como vereador de Osório. Com mais experiência, eu contribuiria mais do que em 21 anos como vereador. Mas como meu irmão ocupa essa vaga hoje, acho que não vai acontecer.