Uma frase do arquiteto Rafael Saldanha (ao lado), 28 anos, residente em Nova York, resume o sentimento de gremistas espalhados pelo planeta, mas que não conseguem se desvincular do amor pelo clube e por Porto Alegre nestes dias em que o time está envolvido com o Mundial de Clubes, nos Emirados Árabes:
— Se tudo der certo, no sábado, a Times Square vai virar Goethe!
Zero Hora ouviu Rafael e outros torcedores que irão conferir de longe a luta do Grêmio pelo bi.
Bernardo Schanz, 36 anos, mora há 12 anos em Israel
"Trabalho para a plataforma de futebol 90min. Já estou totalmente acostumado a acompanhar o Grêmio a distância. O começo foi difícil, acompanhando online pelas rádios, que travavam toda hora e deixavam o cara agoniado. Hoje em dia, temos diversas formas de assistir e dificilmente perco algum jogo. Canais israelenses (pay-per-view) transmitem o Brasileirão, a Libertadores e já estão transmitindo o Mundial de clubes. Em jogos importantes, reunimos nosso grupo de gremistas em Israel pra assistir em Tel Aviv. A foto é do ano passado, com uma parte da gurizada, na final da Copa do Brasil. No dia 16 lá estaremos reunidos novamente pra a distância e levantar, quem sabe, mais um troféu.
Pedro Afonso Escoto Nunes, 26 anos, estudante de Relações Internacionais em Toronto, Canadá
"Assistirei o primeiro jogo em um bar de Toronto, onde, ao lado de outros quatro gremistas, acompanhei toda a fase de mata-mata da Libertadores e me senti como se estivesse na Arena. À final, assistirei num bar em Miami, onde o pessoal do consulado da Flórida se reúne para assistir os jogos, uma vez que estarei de férias lá. Em todo jogo importante, preciso estar com a bandeira do meu avô. Ele foi o responsável por me ensinar a amar o Grêmio, além do que acontece no campo. Quando ele faleceu, em 2008, minha avó fez questão de colocar duas bandeiras sob o caixão dele, uma para cada neto. Aquele foi um dos momentos mais tristes da minha vida. Quando me foi entregue a bandeira, prometi que a guardaria num armário e somente abriria novamente quando o Grêmio estivesse disputando um grande título. Enfim, depois de longos 15 anos, nas vésperas da final contra o Atlético-MG, tirei a bandeira do armário e vi a história ser feita. A bandeira esteve comigo na final da Libertadores, vai estar na final do Mundial e, um dia, vai estar com meus filhos e netos"
Daiana Furlan dos Santos, administradora, 32 anos, completados dia 5 de dezembro, mora na Califórnia.
"Assisti à final da libertadores com um grupo de amigos aqui da Califórnia. Fizemos churrasco e tudo. Para a final do mundial, vamos nos reunir novamente. Superstição eu não tenho nenhuma. Só procuro não usar nada vermelho próximo ao jogo e sempre assistir com uma camiseta do Grêmio. Como tenho várias, não uso sempre a mesma. Por fim, se o Grêmio ganhar o mundial, será meu melhor presente de aniversário. Para isso, fiz uma promessa: um ano sem comer doces, caso consigamos o título, e uma boa ação neste Natal para ajudar alguém que precisa. O jogo de terça vou assistir na casa em que trabalho como baby sitter, já combinei com a patroa. Cuido de um menino de 10 meses, chamado Kian. Ele vai assistir junto comigo. E vou fazê-lo virar gremista".
Daniel Lemos, 36 anos, engenheiro de sistemas, mora em Santiago do Chile
"Vou estar em Buenos Aires nessa semana e vou em alguma bar ou parrillada por lá. Vou assistir ao jogo com um companheiro de trabalho, que é torcedor do River Plate. Minha superstição é escrever aos meus primos gremistas enviando boas energias antes do jogo. Estes primos são filhos de pais colorados, são gremistas por minha causa. Até hoje, meus tios dizem que eu hipnotizei eles quando eram pequenos. Quando voltei ao Brasil pela primeira vez depois de 15 anos, eles foram comigo na Arena - também foi a primeira vez que fui ao estádio. Além disso, nos dias de jogos também escrevo ao meu primo colorado secador, enchendo o saco pra ele deixar de secar!"
Bruno Lange Beidacki, 22 anos, mora em Kent, Ohio, nos EUA, e estuda jornalismo na Kent State University
" Vou ter que assistir à final do mundial de clubes no aeroporto de Charlotte, na Carolina do Norte. Quando comprei minhas passagens para ir a Porto Alegre para o Natal e Ano Novo, não pensei na possibilidade do Grêmio estar jogando a final. Agora, a solução vai ser achar um bar ou restaurante no aeroporto que esteja passando o jogo. Caso contrário, vou acabar vendo pelo computador mesmo. Uma coisa é certa: vou arranjar um jeito de ver o Grêmio ganhar do Real Madrid"
Diego Alberto de Souza Benitez, 29 anos, mora em Camberra, na Austrália
"Com as 13 horas de diferença entre um país e outro, fica um pouco difícil assistir aos jogos, ainda mais os que caem numa quarta-feira, como eram os da Libertadores. Geralmente, eu colocava um fone e escutava os jogos enquanto trabalhava - normalmente aqui, começavam as 11 da manhã. O jogo da semifinal vai ser numa quarta-feira, às 4h da madrugada aqui. Já avisei no trabalho que vou ter que começar a trabalhar mais tarde na quarta-feira por motivos de força maior. Estou me programando para acordar de madrugada e assistir pela internet. Já no jogo da final (porque, com certeza, vamos chegar lá), vou pra Sydney assistir o jogo em um cassino junto com amigos e muitos outros gremistas que moram aqui. A superstição é não deixar de acompanhar, em tempo real, nenhum jogo do Grêmio. Se não da para assistir, devido ao horário, acompanho pelo app da Rádio Gaúcha no celular. Deu certo durante toda a Libertadores. E vai dar certo no Mundial também! Expectativa: Antes de "acabar com o planeta", vamos conquistar ele, mais uma vez"
Eduardo Barcellos, 28 anos, mora em Queenstown na Nova Zelândia, onde trabalha como supervisor de produção
"Para nós, é um pouco difícil conciliar os horários para assistir aos jogos, pois a diferença no fuso horário é muito grande. Aqui, estamos 15 horas à frente e na maioria dos jogos estamos em horário de trabalho. Mas, como é um dos jogos mais importantes do clube, não poderia deixar de apoiar o time. Assim como fizemos no jogo da final da Libertadores, troquei meu dia de folga para poder assistir à partida, que será às 6h da manhã aqui. E estamos reunindo os gremistas que moram aqui para a final se vencermos na terça. Vamo, Grêmio"
Caco Vaccaro, 40 anos, designer, mora em Berkhamsted, a 40 quilômetros de Londres
"Não tenho uma turma de gremistas muito grande aqui. Tenho um amigo gremista que irá a Abu Dhabi e entreguei a ele uma bandeira do Brasi1. Vou assistir aos jogos com uma camisa do Grêmio de 1977. A mesma que usei para assistir às finais da Copa do Brasil do ano passado e da Libertadores deste ano. Não porque seja um amuleto, mas porque sem o Grêmio de 1977 o Grêmio de 2017 não existiria. O que aquela direção e time fizeram foi fantástico. Além disso, é o ano em que eu nasci e o meu pai foi naquela decisão contra o Inter. Na torcida do Grêmio, claro.
Jorge Storniolo, 29 anos, mora há três anos e meio em Milão, onde faz doutorado em biomecânica da locomoção humana
"Nossa, imagino nosso time em um evento desse. Assistirei aflito, como na Libertadores. Na terça, dia do primeiro jogo, tenho que escapar mais cedo da universidade. Mas meu orientador já sabe que é assim quando se trata do Grêmio e não vai ter problema. Nos jogos da Libertadores, eu assistia junto com dois amigos italianos no único bar que ficava aberto para a gente, por ser muito tarde. Acho que será assim de novo".
Rodrigo Faerman, 29 anos, mora há três anos em Austin, nos Estados Unidos, onde faz MBA na Universidade do Texas
"Verei os jogos em casa. Foi assim na libertadores. Se mudar agora, dá azar. Um grande amigo meu, que mora em Seattle, está vindo para Austin essa semana e veremos juntos. Tenho prova às 13h de terça e como o jogo aqui será às 11h vou ter que ganhar um tempo. Na final contra o Real Madrid, provavelmente faremos um churrasco para assistir. Devo convidar outros latinos, meus colegas do MBA, que vão torcer para o Grêmio
Matheus Wagner Hofmeister, 23 anos, Porto, Portugal
"O sentimento de ver o Grêmio jogar em qualquer canto do planeta é sempre o mesmo: muito orgulho de ser gaúcho e de jamais temer ao adversário. Como vim morar na Europa em setembro de 2016, tive o prazer de assistir os dois últimos títulos do Grêmio (Copa do Brasil 2016 e Libertadores 2017) aqui no Porto, o que me traz muita confiança em um resultado positivo do nosso Grêmio. Como de costume, vou assistir o jogo no centro do Porto, em um bar chamado Adega Sports Bar, onde o tricolor entra em campo às 17h no horário local".
Fabio Brazeiro, consul do Grêmio em San Diego, Califórnia
"Eu, particularmente, estarei em Abu Dhabi para realizar o sonho de criança de ver o Grêmio no Mundial. Mas os demais gremistas daqui já estão se organizando para se juntar e torcer pelo Grêmio, em nosso consulado, como fazemos sempre que o Tricolor entra em campo. Na foto, estou ao lado de Chico Koehler, Felipe Perrone, Claudia Perrone, Fabricio Baretta, Luciano Nery, Felipe Morelatto, Jorge Paulo, Gustavo Forrest, Mateus Mark, Rafael Malheiros, André Verardi e Daniel Gamba. Aqui em San Diego, o jogo será às 9h "
Fabrizio Camerini, 43 anos, advogado, executivo senior de Compliance na Yara International, mora em Oslo, na Noruega
"Moramos em Oslo. Essa foto é em Sandvika, na grande Oslo. Assistiremos ao jogo em casa, com colegas de aula dos meus filhos, Eduardo (com pão de queijo, guaraná e sanduíches com brunost (um queijo típico da Noruega). Estaremos dentro de casa, pois a previsão é de que a temperatura estará 7 graus negativos na hora do jogo (que será as 18horas na Noruega). Nessa época do ano, o sol nasce às 8h30min e se põe às 15h. É muito frio".