Fundamental para o equilíbrio tático deste Grêmio que entrou na rota dos títulos desde o ano passado, Ramiro está mais do que feliz. No papo com jornalistas antes do treino no Estádio Tahnoun Bin Mohammed Stadium, do Al Ain, usou sete vezes o verbo "desfrutar".
Perguntei a ele o motivo. Para Ramiro, o que aconteceu nesta sexta-feira é o grande momento da sua vida.
— Vivi este tempo todo, 16 anos de batalha, para isso, precisamente — suspirou Ramiro, lembrando dos solitários períodos sozinho em Gramado, recuperando-se de lesões no joelho e no tornozelo, não raro nas férias.
Para Ramiro, a ficha caiu quando entrou na primeira classe de um voo internacional. Ali ele percebeu que embarcava para algo diferente de tudo até então.
— A gente precisa ter a consciência de que estamos representando o futebol brasileiro aos olhos do mundo um ano antes da Copa. É algo enorme — diz Ramiro.
Antes do treino, Renato reuniu os jogadores no centro do gramado e conversou longamente com eles, com as abóbodas da maior Mesquita da cidade ao fundo. Todos o ouviram atentamente. Ramiro e Bressan foram poupados de parte do trabalho, mas não preocupam.
O Grêmio enfrenta na terça-feira, em Al Ain, ao vencedor de Pachuca e Wydad Casablanca, que jogam neste sábado. Se vencer vai à final do Mundial de Clubes, em Abu Dhabi.