A CBF, vamos combinar, merece um prêmio. Uma distinção por tratar o Brasileirão com tanto desleixo. E o Brasileirão, amigos, resiste. É forte. Aliás, o nosso futebol tem uma força descomunal. Porque só dessa forma consegue resistir a tantas trapalhadas de quem deveria zelar por ele.
Nesta quarta-feira, às 21h45min, teremos um Palmeiras x Corinthians, um dos maiores clássicos do país e ainda mais vitaminado pela situação deles na tabela de classificação. Você pode questionar e sustentar que seria impossível prever que os dois paulistas definem nesta noite o rumo do Brasileirão 2017 – se o Corinthians passar imune pelo rival, na casa dele, convenhamos que dá passo firme pelo título. Mas a CBF sabe que um clássico dessa ordem tem cara e carteira de identidade das 16h de um domingo. Até por questões de segurança o ideal é um jogo desses ser no fim de semana.
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Avancemos na rodada. Às 21h, no Rio, Fluminense e Botafogo se encontram no Maracanã para um dos mais tradicionais clássicos do futebol carioca. Mais cedo, no Independência, o Atlético-MG recebe o Santos. Na quinta-feira, tem Flamengo x Grêmio, jogo que, atrelado ao resultado de Corinthians x Palmeiras, pode encaminhar o futuro do Brasileirão. Um jogaço desses numa quinta-feira, às 19h30min, embolado com a hora do rush, na Ilha do Governador. Ou seja, um desafio ao torcedor que gosta do estádio e de assistir a um bom jogo.
O Brasileirão, costumam dizer todos, é o campeonato mais equilibrado do mundo. São 12 candidatos ao título antes de a bola rolar, apontam muitos. Mas será que, apesar de ele ter essa vida própria, não deveria receber mais carinho e ser tratado como o produto de excelência que pode vir a ser?
Não podemos, todos nós envolvidos no contexto do futebol, tolerar mais que o nosso principal campeonato tenha uma tabela tão insana como essa. Ou você acha normal Palmeiras x Corinthians depois da novela e um fim de semana com Corinthians x Atlético-PR e Palmeiras x Vitória?
Os clubes, pelo jeito, acham. Afinal, são eles que dão sustentação à CBF. E, por consequência, nos oferecem clássicos em horários tardios no meio da semana e jogos menores no domingo.
