Gosto de ver o Corinthians jogar. Efetiva no ataque, a equipe de Fábio Carille é uma fortaleza defensiva. Uma vez na frente, o Corinthians dificilmente volta a experimentar a igualdade no placar e só com uma catástrofe tem um resultado revertido. Justifica, com apenas oito gols sofridos, os 41 pontos e a liderança do campeonato. Mais do que não sofrer gols, é raro vermos a equipe paulista sendo ameaçada, independente de onde esteja jogando. Os 11 jogadores postam-se de forma compacta, formando uma imensa e intransponível defesa, pronta para recuperar a posse da bola e escapar em um quase sempre letal contra-ataque. Uma aula de futebol eficiente.
O melhor time do país, porém, vem oito pontos atrás. O Grêmio de Renato é mais vistoso. A velocidade de Pedro Rocha, o talento de Luan, a intensa movimentação de Ramiro, a cadência de Arthur. É prazeroso ver o tricolor jogar. Entende-se a segunda colocação, a presença na semifinal da Copa do Brasil e a muito bem encaminhada vaga para as quartas da Libertadores.
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Ser a equipe mais talentosa do Brasil, porém, traz desvantagens. E, no caso do Grêmio, ela mostra-se na postura dos adversários que vêm a Porto Alegre. Na noite de domingo (30), depois de martelar por quase 90 minutos a área santista, somamos apenas o quarto ponto nas últimas quatro rodadas disputadas dentro de casa (antes disso, duas derrotas, contra Corinthians e Avaí, e uma vitória, contra a Ponte Preta). Nos quatro jogos, tivemos mais posse de bola e mais finalizações ao gol. Nos quatro jogos, saímos atrás do marcador.
Depois de um bom primeiro tempo contra o Santos, onde foi para o vestiário empatando por 1 a 1, parecia natural que a virada fosse aparecer na segunda etapa. No entanto, as chances criadas na primeira metade da partida desapareceram na reta final. Cansada, e equipe gremista esbarrou na defesa adversária, com 11 jogadores posicionados atrás do meio-campo, e tornou-se previsível, quase sempre buscando os laterais na hora de atacar. Sem nenhum interesse em ter a bola nos pés, ficou fácil para o Santos rebater qualquer cruzamento feito em sua área.
As quatro últimas partidas do Grêmio na Arena deixam um aviso, sobretudo para as competições mata-mata: é preciso arranjar uma forma de ser o melhor time do Brasil também dentro de casa.
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