Desde as derrotas para Corinthians e Avaí, cresce em parte da torcida e da imprensa o discurso de que o Grêmio pode ou deve deixar de lado o Brasileirão. Seria um erro tremendo. Seria confiar demais na conquista da Copa do Brasil ou Libertadores. Estou otimista, mas sei que o ano bate em julho, ou seja, tem janela de transferências e muito futebol pela frente.
Por margem de segurança, o Imortal tem o dever de buscar a vaga direta na Libertadores, um posto no G-4, o que exige mais de 60 pontos no Brasileirão. Temos 22 em 12 rodadas, campanha para tal. Se o time se acomodar, com o discurso conformista provocado por tirar o foco e a intensidade do Brasileirão, corre o risco de nem G-6 beliscar.
Faço o alerta em razão do calendário. A Libertadores dura o ano todo, não está concentrada em um semestre. A finalíssima ocorre em 29 de novembro, entre a penúltima e última rodada do Brasileirão. Já a Copa do Brasil se encerra em outubro. Até lá, poupando titulares na vésperas dos jogos de mata-mata, temos plenas condições de manter a performance de G-4.
Boa performance no Brasileirão também garante um time afinado, na ponta dos cascos, algo fundamental para o mata-mata. Chegando à semi da Copa do Brasil, pegaremos Cruzeiro ou Palmeiras, com chance de encarar Fla, Galo, Bota ou Santos na final. Na Liberta, seguem na disputa Bota, Palmeiras, Santos, River Plate e San Lorenzo, por exemplo. Sobram pedreiras.
Concordo que o tri brasileiro virou miragem diante dos 10 pontos de frente do Corinthians, mas se acomodar pode comprometer uma temporada promissora. Seria uma frustração tremenda encerrar o ano sem, no mínimo, um posto na próxima Libertadores.