Aranha parece não ter perdoado a torcida do Grêmio após o episódio em que foi vítima de insultos racistas, quando ainda defendia o Santos. Depois da vitória gremista por 3 a 1 sobre a Ponte Preta, o goleiro reclamou do tratamento que recebeu da torcida, ainda que não tenha mencionado episódios de xingamentos racistas.
- Quando eu volto aqui, procuro não olhar para a arquibancada. Cada vez que eu olho, vejo ódio na cara das pessoas. Eles têm a certeza de que eu estou errado. É triste em um clube do tamanho do Grêmio, ainda há pessoas que vêm aqui atrapalhar, deixar feio o espetáculo - afirmou, antes de completar:
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- Tenho que vir, me preocupar em jogar futebol, não tenho que revidar provocação. Na Região Sul do pais é assim, já aconteceu em vários estádios. A falta de respeito, a falta de educação está geral.
O goleiro ainda elogiou a atitude de um dos torcedores gremistas, que carregou um cartaz com uma mensagem que lhe pedia perdão pelos xingamentos do jogo contra o Santos em 2014.
- Vi o cartaz na hora que eu estava saindo, ele faz o esforço dele, fico feliz mesmo porque tem que partir de alguém. Pode ter certeza que o pai, passando esse conceito para o filho, tem tudo pra ser uma pessoa melhor. No meio de tantas pessoas que me olham com ódio, tem gente de bom coração - concluiu.
Questionado sobre as reclamações de Aranha, o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, destacou que o episódio está "encerrado" para o clube. Afirmou, porém, que há uma mágoa do torcedor com o goleiro que "não pode ser apagada da memória":
- Estou decepcionado. Do ponto de vista desportivo, institucional, aquele episódio passou para nós. Morreu. Não existe mais. É um episódio que passou. Pagamos coletivamente pela ação de alguém que havia sido identificado. Mas a memória do torcedor a gente não pode apagar. O torcedor se dói pelo clube. Até mais do que os dirigentes às vezes. Do ponto de vista da memória do torcedor, quando o goleiro revive, mantém isto vivo. O Aranha conseguiu, com esta reclamação, manter uma situação de uma certa reserva ou rejeição quando ele vem aqui.
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