Se maio foi azul, junho começa da mesma forma. Em noite iluminada de Michel e, sobretudo, Everton, o Grêmio desbancou, dentro da Arena Condá, a até então imbatível dentro de seus domínios Chapecoense com um avassalador 6 a 3. O time que já avançou na Copa do Brasil e Libertadores agora caminha determinado rumo à liderança do Brasileirão. Parece não haver limites para a equipe de Renato Portaluppi.
O jogo exigiu das duas equipes uma dose extra de superação. Tanto Grêmio quanto Chapecoense precisaram viajar de ônibus durante horas, pela falta de condiçoes de pouso para aviões no aeroporto de Chapecó.
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– Oito horas de viagem, estrada ruim. Cansar, cansa. Mas, fazer o quê? Vamos jogar– conformou-se Renato.
Nos primeiros minutos do jogo, o Grêmio lembrou um boxeador que, diante da impetuosidade do oponente, recua em busca de espaço para encaixar um golpe. O objetivo era obter um mínimo de adaptação ao gramado castigado pelas chuvas e, por isso, escorregadio. Para a Chapecoense, sobrava disposição ofensiva. Só que seus ataques eram um tanto quanto açodados, com muitos cruzamentos na direção da área. A três minutos, Wellington Paulista, como um pivô, fez o recuo e Luís Antônio bateu prensado com a defesa.
Foi preciso que Michel se desprendesse de trás, a sete minutos, e chutasse a gol para que o Grêmio desse algum sinal de pretensão ofensiva. O jogo não fluía com naturalidade. A todo momento, era interrompido por faltas, seguidas de discussões entre os jogadores e queixas ao árbitro.
Já organizado, o Grêmio passou a atacar. E fez um surpreendente gol aos 20 minutos. Do círculo central do gramado, Michel arriscou de pé esquerdo e encobriu Jandrei, que, na tentativa de defender, ainda resvalou 1 a 0. No intervalo, o volante daria um depoimento carregado de sinceridade:
– Vou ser sincero. Não chutei. Foi sem querer. Fui fazer um lançamento para o Ramiro.
Seria só o começo da noite iluminada de Michel. Aos 26, Luan bateu falta da intermediária e o volante, antes de Luís Otávio, desviou de cabeça e fez 2 a 0.
O descontrole tomou conta da Chapecoense. Primeiro, Wellington Paulista e Rossi bateram boca. Depois, Apodi deu pontapé em Michel e levou cartão amarelo. Tudo se encaminhava para uma vitória tranquila. Mas viria a inesperada falha de Marcelo Grohe, aos 33. Na cobrança de falta de Luís Antônio, o goleiro, indeciso, recuou e, quando tentou a defesa, a bola já havia cruzado a linha.
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Foi como se o jogo recomeçasse e com ele a Chapecoense retomasse a pressão inicial. O empate só não veio porque, aos 47, com Grohe, já vencido em chute cruzado de Seijas, Kannemann salvou sobre a linha.
No segundo tempo, disposta a tirar proveito da insegurança de Grohe, a Chapecoense apostou na força das cobranças de lateral de Reinaldo. E o lance aéreo virou rotina. Aos quatro, a bola foi jogada dentro da pequena área, Grohe afastou mal e Welington Paulista concluiu para fora. A A dupla Lu-Lu quase funcionou a 11 minutos. Lucas Barrios avançou pela direita e cruzou rasteiro na direção de Luan, mas Apodi evitou o chute. Não haveria tempo para uma nova combinação entre os parceiros. Nem foi preciso. Substituto de Barrios, Everton só precisou de dois minutos para decidir o jogo. Aos 14, lançado por Pedro Rocha, ele encobriu Jandrei e fez 3 a 1. Na nova saída da Chapecoense, foi a vez de Luan servir a Everton, que marcou o quarto em chute cruzado.
Ainda haveria um sobressalto no pênalti cometido por Cortez, ao cortar com a mão cruzamento de Arthur Kayke. Na cobrança, Reinaldo a cedtou o canto esquerdo com um chute rasteiro e descontou, aos 27 minutos. Renato, então, reforçou a marcação trocando Pedro Rocha por Maicon. Mas não abdicou de atacar. Tanto que, aos 35, em novo passe de Luan, Everton, na frente de Jandrei, bateu em diagonal: 5 a 2.
Quando o jogo já se encerrava, aos, Arthur Kayke cabeceou e descontou. Mas Luan, aos 46, lançado por Ramiro, completou sua noite especial, com um leve toque: 6 a 3.
BRASILEIRÃO, 5ª RODADA, 8/6/2017
CHAPECOENSE
Jandrei; Apodi, Luís Otávio, Victor Ramos e Reinaldo; Andrei Girotto, Luís Antônio (Osman Jr., 29'/2º); Rossi, Seijas (Nádson, 19'/2º) e Arthur Kayke; Wellington Paulista (Túlio de Melo, 19'/2°).
Técnico: Vagner Mancini
GRÊMIO
Marcelo Grohe; Léo Moura (Edilson, 38'/2º), Rafael Thyere, Kannemann e Bruno Cortez; Michel, Arthur; Ramiro, Luan e Pedro Rocha (Maicon, 32'/2º); Lucas Barrios (Everton, 14'/2º).
Técnico: Renato Portaluppi.
Cartões amarelos: Wellington Paulista, Apodi, Andrei Girotto (C), Kannemann, Bruno Cortez (G)
Gols: Michel (G), a 20 e 26 e Luís Antônio (C), a 33 do primeiro tempo e Everton (G), a 14 e 15, Reinaldo (C), a 27, Everton (G), a 35, Arthur Kayke (C), a 44 e Luan (G), a 46 do segundo
Arbitragem: Rodolpho Toski Marques, auxiliado por Bruno Boschilia e Victor Hugo dos Santos (trio paranaense).
Público: 14.403
Local: Arena Condá, em Chapecó
PRÓXIMO JOGO – BRASILEIRÃO
12/6/2017, 2ª FEIRA, 20h
GRÊMIO X BAHIA
*ZHESPORTES