No caso Aranha, após identificado torcedor que chamou o então goleiro santista de "macaco", o Grêmio foi excluído da Copa do Brasil pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A mesma instituição optou por condenar o Inter a pagar multa de R$ 720 mil por utilizar e-mails falsos na tentativa de rebaixar outro clube.
As decisões mostram o oportunismo e a influência do contexto externo nas decisões do tribunal. Em 2014, o Grêmio estava praticamente eliminado depois de levar 2 a 0 do Santos na Arena. No campo, a punição foi quase inócua. Os leitores chamaram atenção e complemento aqui: o Grêmio perdeu três pontos, logo, acabou eliminado, por isso a afirmação de que foi excluído do torneio. A pena poderia ter ficado na tradicional multa ou perda de mando de campo no futuro. Não ficou.
Em 2017, o Inter tem a Série B pela frente, com boas chances de subir. A exclusão seria "pesada demais", tirando do torneio sua principal potência. A multa arranha a imagem do clube, mas não atrapalha a Segundona. Como gremista, não desejava a exclusão do rival do torneio, só chamo atenção para a influência do contexto esportivo na decisão do tribunal. Fizeram propaganda com o Grêmio em 2014.
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Concordo que a punição ao Grêmio em 2014 era necessária, em razão da injúria racial, que precisa ser banida dos estádios. Só que o Grêmio foi o único clube a receber tal sentença, que deveria se repetir em todos os acontecimentos similares. Casos idênticos ocorreram e não foram passíveis de expulsão, o que incentiva o repeteco da ação. Vale o mesmo para o uso de documentos adulterados no tapetão. Penso que os advogados vermelhos deveriam, no mínimo, ter verificado a autenticidade dos e-mails antes de utilizá-los.
O STJD disse que tudo bem apostar em e-mails, sem checar o devido conteúdo, para tentar reverter o resultado de campo no tribunal. Caso a documentação tenha diferença, uma multa encerra o imbróglio e bola para frente. Nunca acreditei em punição diferente, mas compreendo a indignação dos gremistas. É a tal justiça desportiva.