Vou começar esse texto pelo lado ruim do jogo contra a Chapecoense, para encerrar pelo lado da fenomenal fase que o Grêmio vive. Primeiro, é importante salientar que as falhas bizarras de Marcelo Grohe, por absoluta competência do time, não prejudicaram o resultado final da partida, uma goleada histórica e inusitada. Saliento, antes de expor minha opinião, que sou defensor de Grohe, goleiro de Seleção Brasileira, de reflexo apurado e técnica impecável. Melhor goleiro do Brasileirão por dois anos seguidos (2014 e 2015), além de um dos destaques do título da Copa do Brasil, em 2016.
Reforçômetro tricolor: a avaliação das contratações do Grêmio em 2017
De volta ao Grêmio, Wallace Reis tem ofertas para atuar na Turquia
Grêmio pode ter até três reforços para encarar o Bahia pelo Brasileirão
Porém, algumas atitudes de Grohe que andam irritando a torcida, como aquela "cera", na hora inadequada do jogo, me preocupam. No jogo contra o Atlético-PR, por exemplo, ele prejudicou o time de maneira flagrante ao ser expulso por cera. Reiteradamente, leva cartão amarelo em lances desse tipo, sem necessidade. Cera é importante aos 40 do segundo tempo, quando o time está levando pressão, não no primeiro tempo, em um jogo que está 0x0, por exemplo. Além disso, algumas indecisões que têm deixado as atuações de Grohe mais irregulares também me deixam preocupados. Na Libertadores, contra o Iquique, demorou um tempo para pular. Ok, lá podemos atribuir um pouco da falha pela altitude.
Mas, no jogo desta quinta, Grohe teve falhas bizarras para um goleiro do nível dele. Como a fase está boa, e não sei o que acontece com o goleiro (se é que está acontecendo algo, pode ser que sejam falhas de jogo, normais), acho que essas falhas serão consertadas de maneira mais fácil.
Falando da parte boa, 2017 está comprovando uma tese antiga, mas que nunca falha: a importância de ter um grupo numeroso e qualificado. Everton, que marcou três gols contra a Chape, não é um fenomenal jogador, assim como Pedro Rocha. Perdem gols, têm problemas, assim como qualquer jogador da boa qualidade como eles têm. E eles não podem assumir responsabilidades de titulares absolutos, incontestáveis. Porém, são excelentes jogadores de grupo. Contra a Chape, essa tese, mais uma vez, ganhou força. Barrios, grande goleador de 2017, teve que sair e Everton entrou e deu conta do recado, bem demais, aliás.
Nenhum time na história do Brasileirão de pontos corridos ganhou um título sem um bom grupo, só com onze bons jogadores. Lembram do Cruzeiro campeão brasileiro de 2014? Dentre outros nomes, tinha Julio Batista, jogador de Seleção Brasileira. No banco...
Então, a importância de ter nomes como Everton, por exemplo, no banco, é muito grande. Nem precisa falar em rodízio, algo tão criticado. Lesões e cartões cobram seu preço: é preciso investir certo, ter grupo numeroso e qualificado. Nesse aspecto,e em outros, a gestão Bolzan acerta, e muito. Se o Grêmio é favorito para o Brasileirão? Certamente que é para ficar entre os quatro, muita coisa acontecerá até dezembro. Mas que a fase está espetacular, disso, não temos dúvida. É hora de comemorar e elogiar o futebol que o time está jogando, que há anos não víamos.