A derrota para o Iquique essa semana praticamente tirou do Grêmio a possibilidade de encerrar a fase de grupos da Libertadores com a melhor campanha. Para recuperar o benefício de decidir todos os mata-matas na Arena, a torcida terá de secar os adversários. E muito.
Segundo o matemático Tristão Garcia, o time de Renato tem só 2% de chances ser primeiro colocado geral. Se vencer o Zamora, na última rodada, deve terminar como terceiro ou quarto melhor entre os líderes de grupos.
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Se obter vitória sobre os venezuelanos no jogo em 25 de maio, na Arena, o Grêmio iria a 13 pontos. E só quatro clubes poderiam somar pontuação maior.
A maior ameaça é o River Plate, único invicto na competição, que tem 44% de chances de ser o melhor primeiro. O time argentino, que conquistou o título em 2015, soma nove pontos em três jogos e pode chegar a 18 se vencer as partidas que restam no Grupo 3, contra Emelec, Melgar e Independiente Medellín.
Outro com boas chances de superar o Grêmio é o Barcelona-EQU. Com 10 pontos, ainda enfrentará Estudiantes, em casa, e Nacional-COL, fora, podendo chegar a 16 com duas vitórias. Segundo Tristão Garcia, os equatorianos têm 25% de chances de terminar com a melhor campanha.
Este posto, hoje, é do Godoy Cruz. Com 11 pontos, terá um jogo contra o Atlético-MG, em Belo Horizonte. Vitória fora de casa garante 14 pontos e a liderança do Grupo 6 aos argentinos. Se o time de Roger Machado ganhar, irá aos mesmos 13 que o Grêmio teria se vencer o Zamora. O Santos, que tem oito pontos, pode chegar a 14 se vencer os dois jogos restantes.
A tendência, avalia o matemático, é de que River e Barcelona-EQU tenham as melhores campanhas. O terceiro colocado seria definido pelo jogo entre Godoy Cruz e Atlético-MG, que poderia abrir brecha ao time de Renato Portaluppi.
– Se o Godoy empatar com o Atlético, é perfeito para o Grêmio. Mas se o Atlético (oito gols de saldo) vencer, o Grêmio (cinco gols) tem que golear o Zamora para descontar o saldo. O Santos pega o The Strongest na altitude e pode se complicar. Depois, recebe o Sporting Cristal. É difícil que faça seis pontos – avalia Tristão.
Para o comentarista Sérgio Xavier, do SporTV, não ter a melhor campanha não representará prejuízo ao Grêmio. Entende que, entre os quatro primeiros, o time de Renato herda a vantagem de decidir em casa se um dos ponteiros for eliminado.
– Se for um dos quatro melhores, a chance de chegar à final jogando em casa é grande. Olhando o histórico da Libertadores, em raras vezes os que tiveram a melhor campanha foram até a decisão. O São Paulo foi um dos piores classificados no ano passado e chegou até a semifinal – avalia Xavier.
O ex-meia Zinho, campeão da Copa do Brasil pelo Grêmio em 2001, que hoje é comentarista do Fox Sports, entende que ter a melhor campanha dá confiança ao time, mas não é fator decisivo.
– Prefiro decidir em casa. Mas se você toma uma pancada no primeiro jogo, para reverter no segundo fica difícil – observa.
Com a vantagem de decidir em casa ou não, a classificação para as oitavas de final é dada como certa no Grêmio. O lateral-direito Léo Moura entende que vê riscos de um desastre contra o Zamora na última rodada.
– A gente está até classificado. Um vai enfrentar o outro (Guaraní-PAR e Iquique) e a gente joga contra o último colocado em casa precisando de um ponto para se classificar – afirmou o jogador.
Com os mesmos 10 pontos que o Guaraní, o Grêmio supera os paraguaios no saldo de gols (5 a 2). Teria de perder para os já eliminados venezuelanos para correr riscos. Por isso, segundo Léo Moura, a ambição deve ser maior do que só se classificar.
– A gente quer o primeiro lugar do grupo – resume.
Calculadora na mão
O guia da secação para o Grêmio ter a melhor campanha da Libertadores
Equipe tem poucas chances de ser o primeiro lugar geral na fase de grupos
Adriano de Carvalho
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