O Grêmio inicia domingo, contra o Novo Hamburgo, o que considera a contagem regressiva para a conquista do Gauchão, título obtido pela última vez em 2010. A confiança aumenta por se tratar um mata-mata, modelo de disputa em que virou especialista nos anos 1990. Decidir fora de casa não diminui a confiança.
A força do clube nesse modo de disputa ficou muito clara outra vez na última Copa do Brasil (veja quadro abaixo). Nas quatro fases que culminaram com a conquista do penta, o time usou como poucos a estratégia de praticamente assegurar seu objetivo na partida de ida.
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A rigor, só viveu um drama nas oitavas, quando precisou do heroísmo de Marcelo Grohe nos pênaltis para superar o Atlético-PR. De resto, teve vida tranquila contra Palmeiras, Cruzeiro e Atlético-MG. Hoje no Hamburgo-ALE, o volante Walace revela como eram os diálogos entre Renato Portaluppi e o grupo de jogadores antes daqueles confrontos.
– Renato nos cobrava muito sobre o jogo de ida. Onde quer que fosse, tinha que jogar bem e fazer o resultado. Acho que é muito importante vencer o primeiro jogo. Dá uma tranquilidade a mais. O time sabe que pode perder por tal placar. Traz muito mais confiança para o próximo jogo – conta.
Também é nessa linha o depoimento do diretor de futebol Saul Berdichevski.
– Ganhar o primeiro jogo te dá a vantagem de jogar por dois resultados o segundo. Tanto faz se é fora ou dentro de casa. O que importa é que a vitória dá mais confiança e tranquilidade ao grupo – analisa o dirigente.
A fórmula de encaminhar a vaga no primeiro jogo voltou a ser aplicada nas quartas de final do Gauchão. Ao bater o Veranópolis por 2 a 0 no Estádio Antônio David Farina, o Grêmio fez do jogo de volta praticamente um treinamento e chegou aos 5 a 0 sem maior esforço.
Exemplos da eficiência do clube neste modelo de disputa também foram fartos em décadas passadas. Em 1989, o Grêmio segurou um empate sem gols contra o Sport, em Recife, e ganhou o título em casa, por 2 a 1.
Em 1994, repetiu a dose contra o Ceará. Em 1997 e 2001, mesmo ao empatar o primeiro jogo no Olímpico, respectivamente contra Flamengo e Corinthians, o time teve personalidade para voltar com o título do Maracanã e do Morumbi.
Auxiliar de Tite na Seleção Brasileira, Cléber Xavier viveu com o treinador dois momentos distintos em mata-mata. Em 2001, ambos estavam no Grêmio na já citada vitoriosa decisão da Copa do Brasil contra o Corinthians. Em 2009, a dupla estava no Inter e viu o título escapar, também contra o Corinthians.
– Perdemos por 2 a 0 no Pacaembu e foi muito complicado no Beira-Rio. Taison errou um gol e perdemos a chance de voltar mais vivos. E o Corinthians era um time fortíssimo – relembra Cléber.
Para o auxiliar, a fórmula é simples, embora nem sempre seja possível colocá-la em prática:
– É importante arrancar bem e estar vivo para o outro jogo. Se joga em casa, o importante é não tomar gol. Se joga fora, o importante é fazer.
A fórmula também se repete na preparação para os jogos. Como tem ocorrido desde o jogo contra o Juventude, ainda na fase classificatória, os jogadores ficarão concentrados por 48 horas. Desde a implantação desse modelo, o desempenho da equipe cresceu. Foram quatro vitórias, com 14 gols marcados e somente dois sofridos.
– É mata-mata. A atenção tem que ser total. Foi esse caminho que fizemos ano passado e deu certo – lembra Renato Portaluppi.
A Copa do Brasil como exemplo
Atlético-PR - oitavas de final
Ida (Arena da Baixada): vitória por 1 a 0
Volta (Arena): derrota por 1 a 0 no tempo normal e vitória nos pênaltis por 4 a 3
Palmeiras - quartas de final
Ida (Arena): vitória por 2 a 1
Volta (Allianz Parque): empate em 1 a 1
Copero y peleador
Mata-mata da Copa do Brasil é exemplo ao Grêmio no Gauchão
Na campanha do penta, time obteve vantagem nos jogos de ida
Adriano de Carvalho
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