A longevidade da carreira de Léo Moura parece não ter limites. Aos 38 anos, o veterano é um dos principais nomes do Grêmio este ano. Na lateral ou no meio-campo, dá intensidade e qualidade ao time de Renato. Em 10 jogos, acabou com a desconfiança que a torcida tinha sobre sua contratação.
Nas últimas cinco partidas, Moura fez três gols: em Zamora, Novo Hamburgo e Juventude. Foi aplaudido de pé pelos torcedores na Arena no sábado. A ideia de sua contratação foi do coordenador técnico Valdir Espinosa.
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Por ter treinado o lateral no Metropolitano-SC, o indicou a Renato, que aprovou. Bastou uma ligação telefônica para que Espinosa encaminhasse sua vinda.
– Conheço ele dentro e fora de campo. O Léo não está jogando assim por acaso. Ele se programou para alcançar este objetivo com uma vida regrada, com alimentação e repouso nos horários certos. Agora, está colhendo os frutos – observa Espinosa.
Com contrato até o final do ano, é provável que Moura seja procurado em breve pela direção para ampliar o vínculo.
– Pelo aspecto técnico, ele jogaria tranquilamente aqui no ano que vem – aposta o coordenador.
Embora tenha sido rebaixado pelo Santa Cruz, Moura foi um dos destaques da equipe nordestina no Brasileirão 2016, disputando 33 das 38 rodadas do campeonato e marcando três gols. Na chegada ao Grêmio, realizou, sob orientação do preparador físico Rogério Dias, o Rogerinho, uma pré-temporada mais longa, de quase um mês, para depois ficar à disposição de Renato.
Além dos treinos, Léo Moura vive uma rotina regrada. Segundo o próprio jogador, uma boa noite de sono é importante para sua recuperação entre os jogos. Há 19 anos como profissional, o gremista se espelha em Zé Roberto, que, com 42 anos, também mantém o alto nível no Palmeiras.
– Idade para mim é sinônimo de experiência. Fisicamente, me sinto bem demais. Claro que tenho trabalhos específicos para que essa mágica aconteça. Mas o sacrifício vale a pena. O principal é o fortalecimento muscular e preventivo de lesões, o resto é espirito vencedor e determinação – conta Moura.
No sábado, contra o Juventude, o jogador reviveu seu início de carreira. Foi como meia que Léo Moura começou no Botafogo, em 1998. No ano passado, atuou nesta função no Santa Cruz. Obteve rápido entrosamento com Edílson e Ramiro, executando jogadas de aproximação e transição em velocidade.
– Estamos encorpando e evoluindo como equipe. Em determinados jogos, tivemos muitos desfalques e oscilamos. Mas, com o passar do tempo, a gente vai assimilando não só as funções individuais, mas também o posicionamento em campo – observa Moura.
Para Gustavo Fogaça, analista de desempenho e comentarista da Rádio Gaúcha, a inteligência tática do jogador se adaptou perfeitamente ao modelo de jogo do Grêmio, que foi consolidado por Roger e depois aperfeiçoado por Renato.
– Ele dá mobilidade ao sistema ofensivo, qualidade nas triangulações e um posicionamento inteligente em relação à bola quando está sem ela. Isso também mostra seu foco e atitude positiva nas partidas – avalia Fogaça.
Léo Moura em 2017
10 jogos
3 gols
585 passes certos (43 errados)
12 desarmes
4 finalizações certas (1 errada)
8 faltas recebidas
2 cartões amarelos
*No Brasileirão 2016, Léo jogou 2579 minutos pelo Santa Cruz, com médias de 85% de acerto nos passes, 82% nos desarmes e 19% nos cruzamentos. Finalizou 13 vezes e marcou 3 gols. Um gol a cada 4 finalizações.
*No Grêmio, jogou 940 minutos e tem médias de 94% de acerto nos passes, 96% nos desarmes e 32% nos cruzamentos. Finalizou 5 vezes e marcou 3 gols, uma média de um gol a cada 1,6 finalização, que é melhor do que a de Fred no Atlético-MG, que é de um gol a cada 2 finalizações.
ZHESPORTES
Rotina regrada
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Adriano de Carvalho
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