O técnico do Grêmio, Renato Portaluppi, esclareceu nesta sexta a sua opinião sobre a contratação de atletas estrangeiros. O treinador disse que prefere contar no seu grupo com gringos que já estejam habituados com o futebol brasileiro, pois os "novatos" no país costumam enfrentar algumas dificuldades de adaptação.
– Eu gosto de trabalhar com o atleta estrangeiro quando ele já está no Brasil, pois aí ele conhece melhor o futebol brasileiro, os clubes e jogadores e fala um pouco melhor o idioma – explicou Renato.
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Este é o caso, por exemplo, do atacante Lucas Barrios, recentemente contratado pelo clube. Apesar de ser argentino naturalizado paraguaio, o centroavante ficou mais de um ano e meio no Palmeiras antes de desembarcar na Arena.
Por outro lado, o treinador entende que os estrangeiros que ainda não conhecem o futebol brasileiro costumam enfrentar dificuldades.
– O jogador que vem de fora e ainda não trabalhou no Brasil precisa de um tempo de adaptação maior para entender a forma de jogar do time, as características dos companheiros, a forma que o treinador gosta de trabalhar e o idioma. Isso dificulta sempre um pouco mais – completou o comandante gremista.
Esta é a situação, por exemplo, do meia argentino Gastón Fernández, o "La Gata", o último reforço buscado pela direção na Universidad de Chile. Sem nunca ter trabalhado antes no Brasil, o jogador tende a ser aproveitado com um pouco mais de cautela por Renato.
Uma situação parecida foi vivenciada pelo equatoriano Miller Bolaños, contratado no início de 2016 do Emelec. Estreante em solo nacional, o jogador teve dificuldades de adaptação e só foi deslanchar na parte final da temporada, marcando inclusive gol na final da Copa do Brasil.
Em contrapartida, o zagueiro argentino Walter Kannemann, que também não conhecia o futebol brasileiro, chegou no meio de 2016 do Atlas, do México, e rapidamente se afirmou no time titular.
Em 2010, na sua primeira passagem pelo Grêmio, Renato chegou a pedir para a direção da época não contratar mais atletas estrangeiros, citando alguns problemas que teve com gringos quando treinava o Vasco.
O treinador conta hoje no grupo com seis estrangeiros: o zagueiro Kannemann, os meias Maxi Rodriguez e Gastón Fernandéz, e os atacantes Miller Bolaños, Lucas Barrios, Beto da Silva e Ty Sandows. Os dois últimos, no entanto, têm cidadania brasileira.
– Até brinquei outro dia. Tem que contratar um intérprete. Daqui a pouco estamos falando mais o castelhano e não estamos falando mais o português –descontraiu o treinador.
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