Depois de buscar, sem sucesso, no Uruguai e na Colômbia o fazedor de gols, o Grêmio recorre ao brasileiro Jael, 28 anos. Nesta quarta-feira, o centroavante foi aprovado nos exames médicos e assinou contrato até o final da temporada.
Diferentemente de Gabriel Fernández, do Racing-URU, e de Ángelo Rodríguez, do Tolima-COL, que exigiriam investimento financeiro, o único custo com Jael será o salário.
Como chega para uma equipe que manteve a base do ano passado, ele será, no começo, uma alternativa entre os reservas. Será mais utilizado em jogos da Primeira Liga, nos quais o Grêmio utilizará uma escalação alternativa.
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O centroavante chega por recomendação de Renato Portaluppi. O mesmo havia ocorrido em setembro de 2010, pouco depois de o treinador ser contratado pelo Grêmio.
Necessitado de um reserva para Borges, lesionado, Renato sugeriu o jogador com quem havia trabalhado pouco antes no Bahia. Daquela vez, não houve sucesso na tratativa.
- Renato indica e nós fazemos a avaliação. Vi jogos dele no CDD (Centro Digital de Dados) e achei interessante. Ele virá sem custos - diz o diretor de futebol Saul Berdichevski.
O jornalista Elton Carvalho, de A Notícia, de Joinville, acompanhou a trajetória de Jael na equipe catarinense em 2016.
Ao contratar o centroavante, que vinha do futebol chinês, o clube apostava que ele poderia ser tão decisivo como em 2014, quando marcou 12 gols em 22 partidas e ajudou a fazer do Joinville campeão da Série B.
Desta vez, foram sete gols em 20 partidas. Mas o que tornou inviável a permanência foram dois pênaltis perdidos em uma partida contra o Bragantino, em casa.
Para os torcedores, os dois erros ajudaram a rebaixar a equipe para a Série C, embora o Joinville tivesse vencido os dois últimos jogos.
- Sou um caso isolado na imprensa catarinense. Acho que Jael cumpriu seu papel. O problema é que, por ter vindo da China, seu salário era muito maior do que o dos outros jogadores. E, para a torcida, a responsabilidade maior era dele - diz Elton.
No Bahia, clube em que ganhou o apelido de Cruel, pelo qual é conhecido ainda hoje, o atacante criou uma polêmica ao agredir o gerente de futebol André Araújo. O fato determinaria sua saída do clube, no início de 2011.
Ainda que sua contratação não tenha provocado manifestações entusiasmadas de torcedores nas redes sociais, Jael tem uma clara vantagem em relação a Ángelo Rodríguez.
Enquanto o colombiano marcou apenas 37 gols em 180 partidas, Jael soma 92 desde o início de sua carreira, em 2008, no Criciúma.
Suas melhores temporadas foram no Bahia, com 12 gols em 2010, São Caetano (11 gols em 2013) e Joinville (12 gols em 2014).
Com o reforço, Renato ganha uma alternativa para mudar o modo de atuar do ataque. Jogador de área, Jael difere de Luan e Pedro Rocha, cuja característica mais marcante é a movimentação.
A direção ainda insiste para trazer Beto da Silva, que pertence ao PSV, da Holanda.